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Ribeiro Cristóvão

"Derby" à vista

06 fev, 2015

Olhando para o clássico à luz da realidade, não se descortinam vantagens especiais de qualquer um dos lados. À força do colectivo benfiquista, que tão bons resultados vem produzindo, contrapõe-se a qualidade de um meio-campo que tem contribuído decisivamente para muitas das sete vitórias consecutivas que os leões somam neste momento.

Até alguns dos habitualmente mais fanáticos concedem o benefício da dúvida a um “derby” com uma carga tão intensa como aquela de que se reveste sempre um Sporting-Benfica, mesmo que as circunstâncias não sejam coincidentes.

Desta vez, é o Benfica que segue na dianteira, protegido por uma confortável almofada de sete pontos, enquanto o Sporting joga quase tudo na tentativa de não deixar fugir na classificação, de forma irrecuperável, o seu mais velho rival de sempre. Já houve alturas em que o quadro se apresentou exactamente ao contrário.

Como se isto não bastasse, as dúvidas que subsistem de um lado e de outro (Slimani e Gaitan, estão disponíveis?) acrescentam ao jogo de domingo condimentos que ambos os treinadores certamente bem dispensavam.  Mas essas são contingências sempre susceptíveis de se tornarem realidades.

Olhando para o clássico à luz da realidade, não se descortinam vantagens especiais de qualquer um dos lados. À força do colectivo benfiquista, que tão bons resultados vem produzindo, contrapõe-se a qualidade de um meio-campo que tem contribuído decisivamente para muitas das sete vitórias consecutivas que os leões somam neste momento.

Há diferenças? Há sim, senhor. De um lado uma defesa sólida e rotinada, do outro um mesmo sector onde impera a juventude, o que nem sempre representa um factor negativo. E há também um ponto vital, a ter em conta, que se relaciona com os guarda-redes. De um lado, um leão de garras habitualmente seguras, do outro, um socorrista que só é chamado em situações de emergência, como a de agora.

Esperemos para ver, convictos de que tudo será possível, até a decisão final baseada num pequeno pormenor, tantas vezes de previsão impossível. É nisto que reside a emoção de um “derby”, diferente de todos os outros, que todo o país vive por entre a maior ansiedade e frenesim.

Felizmente, sem que ninguém tenha atirado, até agora, gasolina para a fogueira. E oxalá assim continue até domingo à noite. Antes e depois do jogo.