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Ribeiro Cristóvão

Mercado? Já foi…

03 fev, 2015

O único nome sonante que veio a constituir notícia é o de Hernâni, um jovem jogador de 22 anos, que vinha dando nas vistas vestindo a camisola do Vitória de Guimarães, e que por isso suscitava cobiças várias, sobretudo dos emblemas mais relevantes.

Como vem acontecendo ao longo dos últimos anos, esperou-se ansiosamente pela meia-noite de ontem para se soltarem as últimas novidades sobre o mercado de transferências de jogadores.

Claro que decorreram negociações durante todo o mês, adiantaram-se suposições, adivinharam-se verbas, mas a verdade estava guardada, como sempre, para o último dia.

Afinal, nada se passou de anormal. O único nome sonante que veio a constituir notícia é o de Hernâni, um jovem jogador de 22 anos, que vinha dando nas vistas vestindo a camisola do Vitória de Guimarães, e que por isso suscitava cobiças várias, sobretudo dos emblemas mais relevantes.

Trata-se de uma excelente aquisição por parte do Futebol Clube do Porto. Sem dúvida. Hernâni, cujo nome nos transporta a um passado distante, quando o outro Hernâni se transformou num dos melhores jogadores da sua geração, e também vestido de azul e branco, já deixou ideias claras sobre as suas capacidades, e de quanto é possível prever sobre um futuro muito auspicioso. Assim o técnico do seu novo clube as saiba aproveitar em toda a sua dimensão.

Mas o que há especialmente a reter das operações deste mercado que agora correu os taipais, é que já nada é como dantes. Olha-se para o mapa fornecido pela Liga de Clubes e para o movimento registado quanto a compras e a cedências, e é o deserto. Ou quase.

E o que significa este vazio? Simplesmente a cada vez menor capacidade dos clubes portugueses para entrar nestas danças. O dinheiro escasseia, os compromissos assumidos exigem rigor administrativo, e os dirigentes não podem entrar em aventuras, tal como o fizeram em anos consecutivos.

O futebol está em mudança e cada país terá de se ater às suas possibilidades. Além disso, vêm aí novas regras sobre os Fundos, uma exigência supletiva a que os responsáveis também não vão poder ficar indiferentes.

O futebol português começa assim, e cada vez mais, a cair na sua realidade.