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Ribeiro Cristóvão

A crise (de Natal) voltou

29 dez, 2014

Por esta altura, poucos acreditarão no simulacro de paz com que Bruno de Carvalho acenou aos sócios e adeptos, vergado ao peso de uma onda de contestação geral inesperada.

Na guerra sem sentido e sem qualquer justificação aparente que há uma semana eclodiu em Alvalade e na qual não haverá vencedores, prevalece uma única certeza: haverá, seguramente, um único vencido, sendo o nome fácil de encontrar pois trata-se, nada mais, nada menos, do que o Sporting Clube de Portugal.

De repente, a posição de Marco Silva, já antes marcada por algumas conhecidas fragilidades, passava a ter um destino inesperado. Como é público, o Presidente decidira que o ciclo do treinador chegara ao fim, estando aberto caminho ao seu despedimento, com justa causa.

Pelo meio, apenas uma voz se levantou em defesa do líder leonino, a de um membro do Conselho Leonino, antigo jogador do Clube, e com interesses de todos conhecidos em Alvalade, José Eduardo de seu nome.

De resto, a nação leonina ergueu-se de imediato colocando-se ao lado de Marco Silva através dos mais variados meios de comunicação, entre os quais as redes sociais atingiram proporções inimagináveis.

Este foi o ponto de partida para o retrocesso protagonizado por Bruno de Carvalho que, pela primeira vez, deve ter chegado à conclusão que o Sporting está acima de pessoas, independentemente da dedicação que estas devotadamente lhe prestem.

Bruno Carvalho tem a crédito, ao longo do seu curto mandato, acções relevantes, entre as quais o saneamento financeiro do clube à beira da falência é sem dúvida a mais importante. Mas há também registo de algumas frentes abertas das quais o Sporting não sai beneficiado.

Por esta altura, poucos acreditarão no simulacro de paz com que Bruno de Carvalho acenou aos sócios e adeptos, vergado ao peso de uma onda de contestação geral inesperada.

Logo à noite, o jogo em Guimarães pode ajudar a trazer alguma luz sobre o assunto.

Mas, aconteça o que acontecer, uma coisa é certa: em Alvalade, nada voltará a ser como dantes.