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Ribeiro Cristóvão

Erradicar um flagelo

05 dez, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Muitos jogadores com salários em falta têm receio de denunciar as entidades prevaricadoras face a possíveis retaliações susceptíveis de arrastar prejuízos acrescidos.

Com o fim do ano a aproximar-se regressam velhos temas, alguns de sinal continuadamente preocupante.
Um deles, os salários em atraso em clubes com futebol profissional, volta à ordem do dia, mesmo sabendo-se que as perspectivas de solução se adivinham demasiado frágeis.

Desta vez, o assunto está de novo na ordem do dia por via da situação que vivem os jogadores do Olhanense, um clube com um longo e prestigiado historial no futebol português, mas que se revela incapaz de ultrapassar as dificuldades que há muito são visíveis.

Depois de o treinador do clube algarvio ter saído a terreiro denunciando a grave situação por que passam todos os elementos da estrutura de que faz parte, veio o Sindicato dos Jogadores reforçar essa tomada de posição, denunciando, embora sem os citar, outros casos que enxameiam os clubes portugueses.

Mesmo sabendo que têm no Sindicato um parceiro sempre disposto a ajudá-los, muitos jogadores nessa condição precária, com salários em falta, têm receio, na maior parte dos casos, de denunciar as entidades prevaricadoras face a possíveis retaliações susceptíveis de arrastar consigo prejuízos acrescidos.

Sabendo desses riscos, cabe também ao Sindicato a materialização dessas denúncias públicas para que, a partir daí, as entidades responsáveis possam levar por diante medidas adequadas tendentes a erradicar um flagelo que continua a atormentar o futebol.

É verdade que todas as tomadas de posição são bem-vindas e de louvar.
Mas começa a ser tempo de ir além de palavras que, sendo importantes, pouco têm adiantado até aqui.