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Ribeiro Cristóvão

A incompetência continua

08 set, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Sem Cristiano Ronaldo, esta equipa nacional coloca-se ao nível das menos qualificadas a nível mundial.

Na grande prova de força a que Paulo Bento e a sua selecção foram ontem submetidos, ambos saíram a perder. E não era isso que se esperava: primeiro, porque o adversário vinha a calhar, tratando-se daquele que tem a classificação mais baixa no ranking mundial entre todos quantos fazem parte do nosso grupo, depois porque poderia sair de Aveiro um sinal claro de que a renovação que se deseja (exige) estaria a caminho.

E havia também, por acréscimo, a oportunidade de, uma vez por todas, ficarmos a saber qual é, de facto, o grau de dependência da nossa selecção daquele que o seu jogador mais valioso e representativo. Quanto a esta questão não ficaram dúvidas: sem Cristiano Ronaldo, esta equipa nacional coloca-se ao nível das menos qualificadas a nível mundial.

O momento para iniciar a viragem não foi, assim, aproveitado. Daí que tenha sido possível assistir ao sempre indecoroso espectáculo dos lenços brancos no termo do jogo com a Albânia, os quais acabaram por reflectir um aviso muito sério a todos quantos são responsáveis pela selecção, com Paulo Bento à cabeça, e com Fernando Gomes também no ponto de mira de quantos já contestam a sua acção à frente da Federação Portuguesa de Futebol.

No fundo, a lição do Brasil não foi suficientemente entendida: a insegurança manifestada pelo seleccionador subiu de tom, parecendo cada vez mais perdido na teia de muitas das suas incompreensíveis decisões. Perder com a modesta Albânia foi sobretudo chocante pelo modo como se chegou ao resultado final.

É verdade que nada está perdido, pois ficam a faltar sete jogos para cumprir a fase europeia que tão mal principiou. Os sinais deixados é que são preocupantes, e podem até ter piores consequências no compromisso que segue frente à Dinamarca.

Tocou a rebate em Aveiro. E os sinos que ali repicaram vão certamente continuar a massacrar os ouvidos do seleccionador, a quem o “povo do futebol” poderá ter retirado, ontem à noite, o resto da pouca confiança que nele ainda depositava depois da vergonha do Brasil.