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Ribeiro Cristóvão

E nós?

24 jul, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Ainda que possa haver quem não esteja de acordo que o uso de spray para estabelecer distâncias resolve problema, a verdade é que os 64 jogos do recente mundial brasileiro demonstraram exactamente o contrário.

A Federação espanhola de futebol acaba de aprovar uma medida destinada a introduzir uma prática que no recente campeonato do mundo suscitou enorme curiosidade. Trata-se da utilização, por parte dos árbitros, do spray que estabelece as distâncias a que devem colocar-se as barreiras no momento da marcação de livres.

Mesmo que para muitos aquilo que aconteceu no Brasil possa ter constituído uma novidade, a verdade é que se trata de uma prática já antiga que alguns países adoptaram mas depois deixaram cair em desuso, sabe-se lá porquê.

A FIFA, por seu lado, também nunca se preocupou com a regulamentação desta medida, por razões que não se conhecem, mas que poderão ter a ver com alguma demora que em cada jogo o desenvolvimento do processo pode dar azo a perdas de tempo e quebras do ritmo do espectáculo.

Não se descortina outra razão para que a entidade máxima do futebol mundial tenha estado  tanto tempo em silêncio.

Ainda que possa haver quem não esteja de acordo com a adopção da medida por entender que não resolve qualquer problema, a verdade é que os 64 jogos do recente mundial brasileiro demonstraram exactamente o contrário.

É verdade que a Federação Portuguesa de Futebol tem andado muito ocupada com outros assuntos, também importantes, alguns dos quais irão certamente levar a tomadas de posição públicas nos próximos dias.

Porém, agora que as competições oficiais estão a começar, talvez não fosse despropositado levar por diante decisão igual à já assumida pela congénere do país vizinho, que poderá ajudar a acabar com muitos e repetidos abusos  que os árbitros têm tantas vezes dificuldade em contrariar nos nossos campos de futebol.