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Ribeiro Cristóvão

Scolari goodbye

15 jul, 2014

A saída de Felipão e da sua inseparável equipa, não resolve todos os problemas. O futebol brasileiro está, de há muito, mergulhado numa crise profunda para qual não parece fácil encontrar saída.

Tornou-se fácil adivinhar o desenlace quando a selecção do Brasil baqueou rotundamente frente à poderosa Alemanha, desde sempre considerada como a principal favorita à conquista do título. Mas Luis Filipe Scolari teve de beber o cálice até à última gota.

E, por isso, novo desaire, embora menos expressivo nos seus números finais frente à Holanda, apenas veio confirmar que o obreiro do penta estava irremediavelmente de saída.

Não era possível adiar por mais tempo desfecho tão previsível como exigível. O povo brasileiro, sempre o grande juiz do seu futebol e daqueles que comandam, já tinha dado a conhecer a sentença, tão marcado ficara pelo enxovalho alemão que vai ficar para a história e constituir um ferrete para muitas gerações vindouras.

Scolari deixou a canarinha onde durante largos meses deu asas à sua teimosia, persistindo em erros que se adivinhavam destinados ao insucesso. E nem as críticas, nalguns casos violentas até, que lhe foram sendo atiradas ao caminho por algumas das penas mais ilustres da imprensa brasileira, o demoveram de ideias e conceitos que haveriam de o conduzir ao cadafalso.

Mas a saída de Felipão e da sua inseparável equipa, não resolve todos os problemas. O futebol brasileiro está, de há muito, mergulhado numa crise profunda para qual não parece fácil encontrar saída.

Nomes para o substituir não faltam, sobretudo com recurso às disponibilidades locais. Porém, essa não se apresenta como a solução mais desejável.

Quase todos apontam para a carência de técnicos brasileiros identificados com as novas metodologias de treinamento que fizeram avançar o futebol europeu para patamares não comparáveis com aqueles que nesta altura são a matriz do Brasil.

Por isso essa é, nestes dias, uma discussão que vai continuar e até subir de tom porque com o recomeço, amanhã, dos campeonatos profissionais brasileiros o confronto torna-se inevitável.

Para sair desta crise, os responsáveis da CBF necessitam de muita coragem para inverter a tendência que levou ao descalabro.

Bem basta aos apaixonados pelo seu futebol terem de conviver, por largo tempo, com este anátema que deixou marcas profundas, no corpo e na alma de todos e cada um.