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Ribeiro Cristóvão

Contrastes

03 jul, 2014 • Ribeiro Cristóvão

O mercado internacional terá passado a olhar de forma mais cuidada para o futebol argelino, sendo muito provável que alguns dos seus melhores jogadores mudem de camisola em breve. Já em relação às demais representações africanas no Mundial, pode falar-se de descalabro.

Enquanto a selecção da Argélia era recebida no seu país por entre uma apoteose que se transformou em verdadeira loucura, outros parceiros africanos lambiam ainda as feridas provocadas por más prestações no Mundial do Brasil, e que foram provocadas pelas mais variadas razões.

Aos argelinos destina-se, sem dúvida, o mais intenso e merecido aplauso. Depois de uma fase de grupos de grande qualidade, onde deixaram para trás Rússia e República da Coreia, apenas sucumbiram aos pés da Alemanha e após um jogo em que discutiram sempre o resultado até ao fim, ao ponto de se ter chegado a imaginar que desse embate poderia sair o primeiro grande escândalo do Campeonato.

De uma equipa coesa, solidária e disciplinada, emergiram Rais M’Bolhi, um guarda-redes que ficou na retina pela altíssima qualidade das suas intervenções que deram sempre enorme segurança à equipa, e Islam Slimani, o seu melhor marcador que já havia deixado indicações no campeonato português, ao serviço do Sporting, de que poderia tornar-se uma figura destacada no Brasil, o que veio afinal a acontecer.

O mercado internacional não deixará agora de olhar de forma mais cuidada para o futebol argelino, sendo muito provável que alguns dos seus melhores jogadores mudem a breve trecho de camisolas, embora muitos deles actuem já no futebol europeu.

Slimani é, neste aspecto, o principal visado parecendo cada vez mais difícil que os leões de Lisboa consigam segurar o jogador.

Em relação às demais representações africanas pode falar-se de descalabro e de escândalo. Para além do baixo nível do futebol exibido na maioria dos casos, a imagem que deixaram, sobretudo Ghana e Camarões, não traz saudades aos amantes do futebol.

Relativamente aos camaroneses, começaram a surgir rumores segundo os quais poderão ter estado envolvidos em resultados combinados o que, a ser verdade, seria merecedor da mais forte condenação.

Já quanto aos ganeses, deixaram a sua marca negativa com a recusa em voltar à competição sem que fossem satisfeitas diversas exigências de carácter financeiro. 

Um momento ainda mais lamentável na medida em que a FIFA deu luz verde ao ultimato, que fica como uma nódoa deste Mundial. E, como se não bastasse, tivemos ainda a recusa de Essien em fazer aquecimento antes do jogo contra Portugal.

Enfim, páginas negras em excesso, à frente das quais se deve passar o mais depressa possível.