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Ribeiro Cristóvão

Em que ficamos?

06 abr, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Ainda que as grandes atenções estejam viradas para o próximo Campeonato do Mundo de Futebol, não deixou de causar alguma surpresa a notícia que nas últimas horas nos deu conta da acusação de jogos viciados na Segunda Liga portuguesa.

Ainda que as grandes atenções estejam viradas para o próximo Campeonato do Mundo de Futebol, não deixou de causar alguma surpresa a notícia que nas últimas horas nos deu conta da acusação de jogos viciados na segunda Liga portuguesa, através de um relatório elaborado pela Federbet, organização de casas de apostas europeias, e agora tornado público em Bruxelas.

O principal visado é o clube de Oliveira de Azeméis, a Associação Desportiva Oliveirense mas, pelo meio, Portimonense, Trofense e Benfica B são também apanhados por esta estranha rede, o que significa que todos vão, a partir de agora, ser apontados em consequência da denúncia.

O Presidente da Liga de Clubes manifestou já o desejo de que tudo venha a ser apurado até às últimas consequências, levando o assunto a diversas entidades, tais como, a Procuradoria Geral da República, Federação Portuguesa de Futebol, Ministério Público, Polícia Judiciária, e membros do Governo que tutelam o desporto.

Alguns dirigentes dos clubes supostamente envolvidos já saíram a terreiro para desmentir a notícia, não lhe conferindo a menor credibilidade.

Só que, apesar disso, não deixarão de ser incomodados ainda que venha a apurar-se, como se espera, que o relatório agora divulgado não tem qualquer credibilidade.

Sem que seja legítimo introduzir aqui qualquer tipo de análise antes de serem conhecidos resultados da investigação que não deixará de ser feita a curto prazo, estranha-se que, mais uma vez, a rede apenas possa ter apanhado peixe miúdo.

A corrupção no futebol, por esse mundo fora, não é, infelizmente, uma invenção. Casos há que ficaram na história, e continuam a lançar sobre a modalidade este anátema que sobre si lança, ciclicamente, descrédito e perturbação.  

Oxalá não esteja a caminho uma reedição desses tenebrosos capítulos.