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A convocatória

20 mai, 2014

Estranha-se especialmente a ausência de Ricardo Quaresma. E se é verdade que o seleccionador encontrou motivos para não chamar o extremo do Futebol Clube do Porto, então os motivos de agora já o deveriam ter impedido de se decidir pela sua inclusão no lote inicial de 30 jogadores.

O seleccionador nacional deu ontem à noite a conhecer ao país os nomes dos seus 23 eleitos para a próxima campanha do Brasil.

A partir dessa hora, as escolhas de Paulo Bento passaram a ser também as nossas e, com toda a naturalidade, as de todos os portugueses atentos àquilo que vai passar-se no próximo campeonato do mundo.

Este princípio não obsta, no entanto, que não tenha havido e se mantenham algumas discordâncias relativamente aos critérios seguidos para chegar a esse número.

Mas, ainda antes disso, há uma outra questão que se nos afigura relevante: ou seja, não faz qualquer sentido a eleição de 30 jogadores apenas uma semana antes da divulgação final dos que passaram a ser intocáveis.

Isto significa criar falsas expectativas em pelo menos sete futebolistas o que, ainda que se trate de uma recomendação da FIFA, é perfeitamente inaceitável. Outras federações nacionais houve que não tiveram dúvidas em ignorar esse procedimento. Mas adiante.

Quanto às escolhas em si, estranha-se especialmente a ausência de Ricardo Quaresma. E se é verdade que o seleccionador encontrou motivos para não chamar o extremo do Futebol Clube do Porto, então os motivos de agora já o deveriam ter impedido de se decidir pela sua inclusão no lote inicial de 30 jogadores.

Outro aspecto que se relaciona com a selecção que vamos ter no Brasil tem a ver com as dúvidas que decorrem da escassa utilização de alguns jogadores nos clubes que representam, como são os casos de Hélder Postiga, Hugo Almeida, Raúl Meireles e Nani, em especial, e do rendimento que devido a isso vão ser capazes de garantir.

E há, para terminar, o caso de Cristiano Ronaldo. Afastado do Real Madrid por força de uma lesão muscular persistente, vai passar no próximo sábado por aquela que poderá tornar-se na prova da verdade na final da Liga dos Campeões.

Aí talvez se fique a saber, sem mais reticências, se vamos poder contar a cem por cento com o melhor jogador do mundo numa competição onde é elemento imprescindível.

Sem ele, a ida ao Mundial da nossa selecção fará pouco sentido.