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Ribeiro Cristóvão

Interminável maldição

15 mai, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Ao desgaste mental sofrido pelo Benfica nos últimos tempos, por força das provas a que foi submetido, quase sem parar, juntou-se a impossibilidade de apresentar a equipa que melhor rendimento lhe tem proporcionado.

A maldição do mago Bella Guttman para quem, findo o seu reinado nos anos sessenta, o Benfica não voltaria a ter condições de conquistar a Europa, ainda não se desvaneceu no jogo de ontem à noite, mesmo que antes parecesse indesmentível a superioridade do campeão português sobre o conjunto andaluz.

Ao desgaste mental sofrido pelo Benfica nos últimos tempos, por força das provas a que foi submetido, quase sem parar, juntou-se a impossibilidade de apresentar a equipa que melhor rendimento lhe tem proporcionado.

E, em contraponto, esteve do outro lado um conjunto com características exactamente contrárias. O Sevilha já dera provas da grande força mental que lhe permitiu resistir a eliminatórias da Liga Europa em que a sua continuidade esteve em equação. Basta recordar os casos dos jogos com o Bétis, Futebol Clube do Porto e Valência para retirar daí consequências que jogaram a favor dos comandados de Emery.

É verdade que o Benfica poderia ter sido bafejado pela sorte, quando se lhe tornou possível matar o jogo nos primeiros minutos da segunda parte, altura em que faltou eficácia para o conseguir.

Mas o grande falhanço aconteceu sobretudo no desempate por grandes penalidades, momento em que os espanhóis foram mais competentes.

Fazer então avançar Cardozo foi um acto temerário que acabou por custar muito caro, por se saber que o jogador paraguaio se encontra com os seus índices de confiança praticamente a zero. E depois, do outro lado, esteve um guarda-redes português que se tornou no grande herói da noite.

Tivesse a Uefa designado com justiça o homem do jogo, e Beto estaria na primeira linha. Ao escolher Rakitic, aquele organismo mais uma vez confirmou como são discutíveis os seus critérios.

O Benfica não conseguiu assim juntar mais um sucesso às vitórias já alcançadas. Veremos que marcas pode ter deixado o desaire de Turim para a final da Taça de Portugal, sendo certo que não há muito tempo para recuperar das mazelas físicas e psíquicas. E o Rio Ave não deixará de estar atento a tudo isso.