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Ribeiro Cristóvão

Grande dilema

15 abr, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Fica-se, para já, sem saber a quem cabe desatar o nó, na certeza de que Thibaut Courtois é apenas um simples peão neste jogo, mas sobre quem irão recair as maiores consequências.

Grande dilema

De repente, o sorteio das meias-finais da Liga dos Campeões trouxe para a discussão um tema que até aqui nunca fora colocado.

O normal seria discutirem-se as possibilidades de que equipas, entre as quatro que se mantêm em prova, poderão chegar à final de Maio marcada para o Estádio da Luz, em Lisboa. E não faltaria matéria para tanto.

Trata-se de verdadeiros colossos do futebol europeu que aguardam os jogos que teremos a seguir, e que permitem, desde já, vaticinar espectáculos de altíssima qualidade, podendo até falar-se de finais antecipadas.

Basta recordar os embates ente Real Madrid e Bayern por um lado, e Chelsea-Atlético de Madrid por outro, para se dissiparem quaisquer dúvidas relativamente a esta questão.

Um dos temas quentes, senão mesmo o mais palpitante, envolve o guarda-redes actualmente ao serviço do Atlético de Madrid mas contratualmente ligado à formação orientada pelo português José Mourinho.

Há mesmo, no contrato de Courtois, uma cláusula que prevê o impedimento de o jogador defrontar a equipa londrina se, como veio a acontecer, um qualquer sorteio pudesse materializar essa possibilidade, a não ser que seja satisfeita uma compensação indemnizatória envolvendo largos milhões de euros.

A UEFA saiu de imediato a terreiro tentando esclarecer a situação face aos regulamentos por que se rege. E assim sendo o guarda-redes Courtois não pode ser impedido de exercer a sua função, ainda que exista um acordo nesse sentido.

E é aí que entram directamente no caso as duas partes nele envolvidas.O Chelsea diz libertar o jogador, enquanto os madrilenos assumem os compromissos assinados.

Falta aqui a palavra final de Mourinho, que já foi fazendo saber que o jogador não deve ser utilizado nos dois jogos, sob pena de o mandar regressar a Stamford Bridge tão depressa quanto possível, impedindo assim a sua permanência em Madrid, por mais um ano.

Fica-se, para já, sem saber a quem cabe desatar o nó, na certeza de que Thibaut Courtois é apenas um simples peão neste jogo, mas sobre quem irão recair as maiores consequências.

Se não jogar arrisca transformar-se no anti-herói para os colchoneros, se acontecer o contrário passará a estar a contas com o seu verdadeiro patrão. E, nestas coisas, José Mourinho costuma ser implacável.