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Ribeiro Cristóvão

Decisivo ou talvez não

26 mar, 2014 • Ribeiro Cristóvão

O Benfica regressa esta noite ao estádio do Dragão ainda sob o pesadelo da época passada em que ali perdeu definitivamente o campeonato, com aquele de Kelvin marcado quando estava a chegar o momento de cerrar os taipais.

Decisivo ou talvez não

E para Jorge Jesus esse momento foi particularmente dramático, constituindo ainda um verdadeiro pesadelo para o treinador do Benfica.

Ajoelhado, impotente perante um golpe fulminante que o atirou por terra, Jesus terá sentido nesse momento a sua maior angústia de sempre, que o deverá ter levado a refletir sobre a sua condição humana, ele que tantas vezes parece considerar-se do outro mundo.

A situação de agora tem, no entanto, poucos pontos de contacto com aquilo que aconteceu quase há um ano.
É preciso ter consciência que o espírito da Taça difere em muito daquilo significa um jogo de campeonato, e as suas circunstâncias envolventes raramente coincidem.

Mas um clássico desta natureza assume sempre uma dimensão extraordinária.
Quem anda um ano inteiro a levar com jogos de grau de média ou até reduzida importância, chega a um momento como este agiganta-se, e não pode fugir a um amontoado de sensações diferentes.

Decisivo ou não, o jogo de logo à noite não deixará de lançar pistas para os que se lhe seguirão, protagonizados pelos mesmos emblemas.

Sobretudo é muito provável que faça alguma luz sobre o jogo de retribuição a realizar em Lisboa, tudo ficando a depender dos dividendos que cada um seja capaz de angariar no Dragão.

Perfila-se também a dúvida sobre como irão apresentar-se as duas equipas, embora relativamente ao Porto haja muito pouco para acrescentar àquilo que parece mais do que provável.

O segredo, desta feita, está em saber como vai Jorge Jesus gerir as várias opções que se lhe colocam, sempre com o pensamento nas prioridades que ele próprio estabeleceu.