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Ribeiro Cristóvão

Nomeações

12 mar, 2014

Segue com temperaturas elevadas a polémica à volta da arbitragem e de tudo quando envolve este sempre muito sensível sector do futebol nacional.

A desastrada actuação de Vasco Santos, com várias decisões tontas no decorrer do jogo entre o Vitória de Setúbal e o Sporting, despoletou uma crise cujas consequências estão ainda longe de poderem ser avaliadas no seu todo.

Os desenvolvimentos desse trabalho foram já largamente dissecados nos últimos dias.
Desde a reacção enérgica do Sporting, à atitude corporativista de alguns agentes sempre disponíveis para defender a causa, mesmo quando é indefensável, houve de tudo um pouco.
Só não deu sinal de vida, mais uma vez, o Conselho de Arbitragem, que tutela o sector e é responsável pelas nomeações.

Nomeações que, esta semana, apanharam toda a gente de surpresa, com a divulgação da lista dos árbitros designados para dirigirem os jogos da jornada do fim-de-semana que se segue.
E se é verdade que a primeira nota aponta para a designação de Olegário Benquerença para arbitrar o clássico de Alvalade, outra não menos relevante chama a atenção para a escolha de Pedro Proença para a “apitar” o jogo entre o Estoril e o Marítimo.

Numa jornada em que se disputa um jogo tão importante e até com foros de decisivo, seria normal a nomeação daquele que é considerado o melhor árbitro, e que, por isso, até faz parte do lote dos que vão estar presentes no próximo Mundial.
Mas não. O principal responsável pela entidade que preside ao sector preferiu, mais uma vez, esconder Pedro Proença mantendo uma prática que leva a muitas interrogações.

Quanto a Olegário Benquerença, ainda que não esteja a realizar uma época brilhante e seja capaz das arbitragens mais inconsistentes, fazia parte do número restrito daqueles que poderiam ser chamados ao jogo do próximo domingo.
Veremos então se tem capacidade para aguentar a enorme pressão que sobre ele já está a incidir, e desfazer todas as desconfianças que pode suscitar.

No último ano das suas carreiras, alguns árbitros têm primado por trabalhos desastrosos, sabe-se lá porquê.
Veremos se Benquerença lhes segue o rasto ou se é capaz de rumar em sentido contrário.

P.S.: Esta crónica foi escrita e publicada antes de ser conhecida a “nova” nomeação do Conselho de Arbitragem. Nada, porém, altera o sentido das palavras antes escritas.
Ao contrário, só vem confirmar, a fragilidade de uma liderança à qual falta diálogo bastante
para saber antecipadamente se todos os seus “súbditos” estão em perfeitas condições para aceitarem determinados desafios.
Benquerença sacudiu a água do capote – Proença que vá para a fogueira.