Emissão Renascença | Ouvir Online

Ribeiro Cristóvão

Preocupante

11 mar, 2014

A forma como decorre a Liga dos Campeões Europeus, que logo à noite regressa ao nosso convívio, não pode deixar de causar alguma apreensão aos seus organizadores face aos  desequilíbrios que se registam, quando ainda estão dezasseis equipas em competição.

É verdade que na maioria dos casos os nomes são sonantes, mas em boa verdade há alguns que apenas reflectem no passado uma boa parte do seu prestígio.

Olhando para a segunda mão dos oitavos-de-final constata-se estarmos perante uma grande maioria de jogos em que o interesse está muito condicionado pelos resultados negativos registados há quinze dias nos estádios daqueles que agora vão actuar em terreno contrário.

É que, tirando alguns casos meramente pontuais, talvez o interesse remanescente possa centrar-se em apenas três jogos, não mais, como são os casos do Atlético de Madrid-Milão, Chelsea-Galatasaray, e Manchester United-Olympiakos.

Nos restantes desafios, a disputar durante esta quinzena, pouco mais poderá haver do que mero cumprimento de calendário, uma vez que aqueles que vão poder contar com o apoio maioritário do seu público afecto já trouxeram das suas deslocações anteriores confortáveis vantagens que recomendam que lhes seja atribuído total favoritismo.

Pelo que está à vista, Espanha e Alemanha preparam-se assim para acentuar o seu predomínio na principal competição organizada pela Uefa, sendo até previsível que venham a estar ambos representados na final da Champions, aprazada para o estádio da Luz, em Lisboa.

Também com algumas possibilidades, mas muito à distância de espanhóis e germânicos, tanto  ingleses como franceses ainda alimentam alguma esperança, muito esbatida, no entanto, face ao poderio dos actualmente tidos como os maiores colossos do futebol do velho continente.

Por tudo isto não deixa de ser preocupante termos pela primeira vez, em muitos anos, uma ponta final da Liga dos Campeões deveras sensaborona, em que restam poucas dúvidas quanto à forma como, a tão grande distância no tempo, vai ficar ordenado o apuramento final.

Um bom exercício para que a UEFA vá estudando possíveis fórmulas alternativas ao modelo em vigor, no qual os mais poderosos e mais ricos vão continuar a ter cada vez mais um claro poder hegemónico sobre aqueles que têm reduzidas possibilidades de ser afirmar nos planos económico e financeiro.