Paulo Fonseca não resistiu à pressão

A corda partir pelo lado do treinador é caldo requentado no futebol. E a situação do jovem técnico do FC Porto era insustentável.

Paulo Fonseca não suportou a “pressão atmosférica” do Dragão e, no dia do seu 41º aniversário, decidiu arrumar a trouxa. Deixa o clube portista a nove pontos do Benfica e a quatro do segundo lugar, ocupado pelo Sporting, já dentro do último terço do campeonato.

Com Paulo Fonseca, o FC Porto somava vários registos negativos. Frente ao Estoril, somou a primeira derrota em casa após cinco anos e meio, na Liga. Em Guimarães, averbou o quarto jogo oficial consecutivo sem ganhar.

Em 21 jornadas, foram quatro derrotas, o quádruplo dos desaires das últimas três épocas do tricampeão. A confortável vantagem de cinco pontos na liderança do campeonato, em Outubro, redundou, em pouco tempo, num atraso considerável.

Pinto da Costa, pouco dado a chicotadas psicológicas, segurou o treinador contra ventos e marés e acabou por ser Paulo Fonseca a entender que não estavam reunidas condições para continuar no exercício do cargo.

No fundo, o treinador revelação da época passada (3.º lugar pelo Paços de Ferreira) não resistiu à pressão e falhou a sua primeira experiência no comando de um grande. Enrola a manta e levanta a cesta a três meses do final da época.

No comunicado enviado à CMVM, fica claro que Pinto da Costa já procura treinador, quando o clube anuncia que Luis Castro, o responsável pela equipa B, assume interinamente a equipa principal.

A renovação do título, não sendo impossível, é uma miragem. Mas a equipa ainda luta pelo segundo lugar, bem como pelas taças nacionais e Liga Europa. Pela experiência que tem, Pinto da Costa não deixará de escolher um treinador que comece já a preparar a próxima época, sob pena de enganar-se duas vezes seguidas, no número da porta…