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Ribeiro Cristóvão

Pena suspensa

13 fev, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Um treinador, e por acréscimo de uma grande instituição como é o Benfica, deve constituir-se como um permanente exemplo de boa conduta para todos, sobretudo para os mais jovens.

Pena suspensa

Depois de ter cumprido já há algum tempo o castigo imposto pelas instâncias desportivas, que o impediu de se sentar e permanecer no banco do Benfica durante vários jogos, o treinador  Jorge Jesus, acaba de ser também alvo da justiça civil, devido aos actos de que foi protagonista no estádio do Vitória de Guimarães, no final de um jogo disputado entre os minhotos e lisboetas, e de que todos temos memória.

Uma sanção inédita que pode considerar-se pesada, mas que visa servir, sobretudo, como um aviso em função de comportamentos grosseiros que não são aceitáveis em figuras públicas e, neste caso, com o impacto que Jorge Jesus tem na comunidade desportiva.

O treinador do Benfica vai assim ter de pagar 25 mil euros de multa, a dividir por duas instituições de solidariedade social de Guimarães, uma de apoio a crianças, e outra a adultos na área da saúde.

O elemento da polícia agredido vai também ser indemnizado em 500 euros, relativos às despesas de assistência médica e exame pericial ao mesmo agente da autoridade.

E, como se não bastasse, Jorge Jesus ficou também avisado de que não poderá reincidir durante os próximos oito meses em comportamentos do mesmo teor, sob pena do processo ser reactivado, e as penas agora aplicadas serem revistas no sentido do seu agravamento.

Durante algum tempo gerou-se um enorme alarido à volta dos incidentes então registados no estádio do Fundador, e das consequências de que poderiam vir a ser objecto.

E, como sempre, houve de tudo um pouco: desde aqueles que defendiam sanções pesadas para o treinador, até aos que consideravam irrelevante o seu comportamento e exagerada a repercussão criada à volta do mesmo, não devendo por isso haver lugar a qualquer castigo.

A verdade é que justiça desportiva já havia actuado, surgindo agora a decisão final da justiça civil. E como ambas foram no sentido de condenar Jorge Jesus, parece não ficar qualquer dúvida acerca da gravidade dos acontecimentos que então protagonizou.

Que lhe sirva de exemplo e passe a ser mais contido nas suas reacções, mesmo quando as decisões relacionadas com os desafios de futebol  em que toma parte não lhe pareçam justas e não sejam do seu agrado.

Um treinador, e por acréscimo de uma grande instituição como é o Benfica, deve constituir-se como um permanente exemplo de boa conduta para todos, sobretudo para os mais jovens.