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Ribeiro Cristóvão

Quo vadis, Porto?

03 fev, 2014 • Ribeiro Cristóvão

A situação a que se chegou vai certamente obrigar à tomada de medidas drásticas, a curto prazo, ainda que contra a vontade dos seus principais responsáveis.

Quo vadis, Porto?

Nenhuma das quatro equipas que seguem na frente do campeonato logrou vencer os seus jogos numa ronda que só vai terminar a meio desta semana, o que constitui um facto inédito nas 17 jornadas disputadas até aqui.

E se é verdade que os empates do Benfica e do Sporting transportam consigo alguma frustração, a derrota do FC Porto é, no entanto, o desaire mais sentido e que acumula maiores preocupações aos seus responsáveis e adeptos.

Todos os desafios disputados pelos três grandes encerram histórias diferentes:O Benfica, esteve a um passo de sair a ganhar de Barcelos, mas uma grande penalidade, marcada por Cardozo, e desperdiçada já no ocaso do jogo, roubou-lhe essa possibilidade.

E é justamente nesse lance que se centra a grande discussão, acompanhada das perguntas: afinal, qual é o papel do treinador Jorge Jesus? São os jogadores, em autogestão, que tomam, por si, as decisões mais importantes dentro do campo? As respostas, essas, jamais surgirão.

O Sporting, confirmou que não se sente muito cómodo a jogar em Alvalade, ao ceder o quarto empate em casa contra a Académica, depois de ter também ali empatado frente ao Benfica, Rio Ave e Nacional da Madeira. Ou seja, os leões não ganham no terreno que lhes confere, à partida, maior favoritismo há um mês e meio, desde o dia 15 de Dezembro.

Tudo somado, significa que há problemas sistémicos que a equipa leonina não tem conseguido resolver.

Depois de saber o que tinha acontecido aos adversários mais directos, o Sporting perdeu uma excelente oportunidade de assumir a dianteira. Aguardemos para ver se tem outra tão depressa.

O FCPorto continua a ser um caso à parte, simplesmente porque tão maus como os resultados que obtém, são as exibições que estão na sua origem. E as análises apontam quase todas no mesmo sentido: há, claramente, uma grande desconfiança em relação à liderança e capacidade do seu treinador, que se vem acentuando jogo a jogo, e também uma cada vez maior perda de jogadores com classe que ajudaram os dragões, num passado recente, a atingir níveis de elevada qualidade.

A situação a que se chegou vai certamente obrigar à tomada de medidas drásticas, a curto prazo, ainda que contra a vontade dos seus principais responsáveis.

Porque, caso contrário, a manter-se o triste cenário do momento, apenas se poderá colocar a pergunta: para onde caminha este Futebol Clube do Porto, tricampeão nacional?