Honra ao mérito

O Presidente da República condecorou ontem Cristiano Ronaldo com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, mais um grande momento na carreira de um jogador que aos 28 anos atinge o apogeu.

Só a presença de mais de 300 jornalistas de vários países do mundo serviu para conferir à cerimónia realizada no Palácio de Belém a importância de um acontecimento de relevo da vida nacional com repercussão em todos os locais do planeta onde o futebol é aceite como uma modalidade apaixonante, e Ronaldo reconhecido como um verdadeiro fora de série.

Há uma semana, Cristiano Ronaldo havia sido distinguido com a Bola de Ouro, galardão que o confirmou como o melhor jogador do mundo da actualidade, e que lhe foi atribuído para premiar um trajecto feito à custa de muito trabalho e uma entrega sem limites.

Foi bom que a condecoração imposta por Cavaco Silva tivesse sido adiada por alguns dias, por força do desaparecimento de Eusébio, evitando-se assim entrar em especulações de que tal acto poderia servir de pressão junto dos responsáveis da FIFA para assim ajudar à sua eleição.

Deste modo, o internacional português e capitão da selecção começa o ano sob bons auspícios. Oxalá estes dois momentos, vividos no curto espaço de uma semana, possam servir de incentivo para a conquista de mais sucessos a curto e médio prazo.

Em boa verdade, poucos estarão à espera que Portugal venha a conquistar o próximo campeonato do mundo, a realizar no Brasil. A concorrência é muito forte, e recomenda a prudência que tenhamos todos os pés bem assentes no chão, mesmo reconhecendo que em momentos como este as nossas equipas são capazes de se transcender.

Este pode ser, pois, o ano de Ronaldo, tanto ao serviço do seu clube como do futebol português.

Por isso, o que se deseja é que, em finais de Dezembro, no balanço de mais um ano desportivo, possamos celebrar de novo e com a mesma intensidade, o mérito de um jogador que acaba de ser consagrado ao mais alto nível com o aplauso de toda a gente.