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Ribeiro Cristóvão

'Por qué no te callas?'

17 jan, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Mais uma vez, o treinador do Benfica terá desperdiçado uma boa oportunidade de optar pelo silêncio em relação a uma questão inevitavelmente para si sempre muito melindrosa.

Jorge Jesus, considerado o oitavo melhor treinador do mundo, vai para cinco anos no comando do futebol do Benfica, tem merecido muitas vezes a honra de ocupar os espaços mais requisitados da comunicação social portuguesa, quer se trate de jornais, rádio e televisão.
E nem sempre por razões que se prendem com a sua actividade profissional.

Algumas das suas tiradas ficaram célebres e têm corrido o mundo, não escapando muitas vezes o conceituado treinador à chacota popular que diversas frases por si proferidas desencadeiam.

Também tem procurado fazer doutrina através de alguns pensamentos e ideias com que procura transmitir os seus conhecimentos e experiência.

Os longos anos de actividade e o caminho percorrido em diversos clubes portugueses, bem como a dúvida acerca do rendimento que seria capaz de obter num clube de grande dimensão, levaram-no um dia ao Benfica.

Entrou pela porta grande ao som das trombetas que anunciavam a chegada no novo messias. E logo no primeiro ano chegou ao cume da pirâmide conquistando o título de campeão, e arrastando consigo a promessa de que o melhor ainda estava para vir.

Mas,” os amanhãs que cantam” ficaram-se por aí, misturados apenas com algumas pequenas conquistas que lhe permitiram levar para a sala de troféus, por três vezes, a insípida Taça da Liga.

Neste começo de ano, quando as coisas parecem melhor encaminhadas, apesar da sangria que pode vir a atingir o plantel encarnado, Jorge Jesus acaba de lançar chispas sobre a formação do Benfica, com a qual parece nunca ter perdido muito do seu precioso tempo, a propósito da saída de Matic.

Como era de prever, o mal-estar instalou-se entre muitos dos jovens que despontam na academia encarnada, e trabalham arduamente para um dia poderem ser estrelas de um firmamento onde nem sempre é fácil brilhar.

Por isso, mais uma vez, o treinador do Benfica terá desperdiçado uma boa oportunidade de optar pelo silêncio em relação a uma questão inevitavelmente para si sempre muito melindrosa.

Veremos se vai ser capaz de controlar forças que resolveu desencadear.