Tempo
|

Ribeiro Cristóvão

A tecla do retrocesso

17 dez, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Resta A Villas-Boas entrar num período de profunda reflexão para, sem pressas nem precipitações, decidir em relação àquilo que lhe pode reservar o futuro.

A tecla do retrocesso

Duas goleadas em curto espaço de tempo, um punhado de exibições descoloridas a deixar a ideia de que no futuro pouco iria mudar, e a ferida aberta por contratações caras e desastrosas, levaram os dirigentes do Tottenham a dispensar os serviços de André Villas-Boas.

Repetiu-se, aliás, o que acontecera há cerca de um ano e meio, quando a primeira tentativa não conseguida, ao serviço do Chelsea, de iniciar uma carreira de sucesso no futebol inglês, obrigou os responsáveis do mais poderoso clube londrino a indicar a porta de saída ao treinador português.

Depois deste percurso deveras acidentado, embora bem escorado no aspecto financeiro, André Villas-Boas pode ter fechado definitivamente as portas do futebol inglês, com que tanto sonhou e o levou mesmo a abandonar o FC Porto em circunstâncias não muito bem esclarecidas e depois de ali ter juntado, numa só época, uma mão cheia de triunfos, tanto a nível nacional como internacional.

Ao bater com tanto estrondo na tecla do retrocesso, resta ao ex-treinador do Tottenham entrar num período de profunda reflexão para, sem pressas nem precipitações, decidir em relação àquilo que lhe pode reservar o futuro.

Alguns sectores conotados com o FC Porto já suspiravam há algum tempo pelo possível regresso de Villas-Boas. Agora, que a ruptura com Londres se concretizou, aumenta a impaciência por ver chegar o dia em que possa ser visto de novo a trabalhar no centro de trabalho do Olival.

Só que, quem decide sobre estas matérias e sobre elas tem sempre a última e decisiva palavra, nunca deixou, até aqui, escapar um simples murmúrio que pudesse indiciar um regresso a curto prazo, não obstante terem já soado, por diversas vezes, as campainhas de alarme para as bandas do Dragão.

Além disso, há também quem não esqueça a forma sub-reptícia como Villas-Boas abandonou o campeão nacional, aparentemente à revelia dos responsáveis portistas.

Antes, Mourinho também ousara fazer o mesmo, e embora tenha sido frontal na materialização dessa vontade, a verdade é que a relação com Pinto da Costa e seus pares nunca mais foi a mesma.