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Ribeiro Cristóvão

Mudar de Liga

11 dez, 2013 • Ribeiro Cristóvão

E mudar de rumo, passa então por onde? Trocar rapidamente de treinador para emendar o actual percurso? Ir ao mercado para fazer no plantel os ajustamentos de que claramente precisa?

O Futebol Clube do Porto nem sequer foi capaz de aproveitar o brinde que lhe foi oferecido na capital austríaca por uma equipa determinada, capaz de golear os russos do Zenit, e juntando a isso a circunstância de o Atlético de Madrid ter apresentado em Manzanares uma equipa de recurso, visto ter já assegurada a passagem aos oitavos de final da Liga dos Campeões.

Não tendo conseguido vencer no estádio do Dragão um só jogo da fase de grupos que agora chegou ao fim, o FCPorto deixa atrás de si uma pálida imagem das suas actuais capacidades, que contrasta claramente com o passado recente em que registou participações brilhantes na principal competição da UEFA.

Ao Benfica, também relegado para a Liga Europa, junta-se agora o Porto, o que significa ter ficado destruído, em apenas dois dias, o sonho de alguns de termos, no próximo mês de Maio, uma final totalmente portuguesa aprazada para o estádio da Luz, onde os aplausos vão agora ter de seguir noutras direcções.

A pontuação dos portistas, apenas cinco pontos em seis jogos, fazendo parte de um elenco onde alinhavam entre os favoritos, representa um forte revés, e deixa um aviso para os tempos que seguem, tanto nas competições nacionais como naquela que é considerada justamente como a segunda divisão do futebol europeu.

O desafio desta noite frente ao Atlético de Madrid veio também acrescentar muitas dúvidas àquelas que há muito estão em cima da mesa.

E mudar de rumo, passa então por onde? Trocar rapidamente de treinador para emendar o actual percurso? Ir ao mercado para fazer no plantel os ajustamentos de que claramente precisa?

São questões que exigem uma séria mas rápida ponderação dos responsáveis, que habituaram a sua exigente massa associativa a sonhar alto e a realizar objectivos de forma inequívoca.

Ultrapassado o desencanto provocado por uma jornada dupla sem proveito, resta aguardar que a Liga Europa permita recuperar algum do espaço agora esbanjado.

O futebol português continua a esperar de águias e dragões o suficiente para confirmar que as boas carreiras de que têm sido capazes não desapareceram com um simples toque de mágica.