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Ribeiro Cristóvão

Liderança total

09 dez, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Sem assumir uma prematura candidatura ao título, os leões reforçaram no entanto a ideia de que vão ser capazes de dar luta por esse objectivo durante muito tempo.

Liderança total

Depois de uma época que fica na sua história como a pior de sempre, e de um recomeço marcado por grandes dificuldades financeiras que não permitiram acorrer aos mercados como as circunstâncias de então recomendavam, eis o Sporting instalado, sem favor, no primeiro lugar da classificação da Liga, a contrariar aquilo que aconteceu anos a fio  sempre que se aproximava o Natal.

Agora não há motivos para dúvidas: os mais directos competidores, FC Porto e Benfica, registam um atraso de dois pontos, fruto de alguma irregularidade que tem marcado as respectivas carreiras, sobretudo nas últimas jornadas, e olham para cima vendo no topo instalados os leões, em posição agradável é certo, mas muito longe de ser garante de um sucesso que está ainda a cinco meses de distância para qualquer deles.

Do que se viu por estes dias, ficam algumas certezas. Desde logo, a regularidade de que tem sido capaz a equipa comandada por Leonardo Jardim, em contraste com as dúvidas que cada vez mais amiúde se levantam em torno do grupo liderado por Jorge Jesus.

Já quanto aos portistas, o jogo mais recente, frente ao Sporting de Braga, reacendeu, ainda que forma algo ténue, a chama de um dragão que não se quer render, não obstante a irregularidade de algumas das suas actuações.

Na jornada 12, o Sporting passou com distinção no difícil exame de Barcelos, frente a uma equipa bem organizada e com um percurso a merecer nota positiva, que lhe confere uma muito honrosa quinta posição.

Sem assumir uma prematura candidatura ao título, os leões reforçaram no entanto a ideia de que vão ser capazes de dar luta por esse objectivo durante muito tempo. Em boa verdade, este Sporting já fazia falta ao futebol português.

Do lado do Benfica, há cada vez maiores razões para encarar o futuro com reservas. A frouxa exibição frente ao Arouca, voltou a revelar um Jorge Jesus sem capacidade para contrariar a realidade que está à vista, ou seja, a capacidade para tirar rendimento de um plantel vasto e dotado de jogadores de elevada craveira, mas nem sempre utilizados em posições onde possam ser mais úteis.

Quanto ao Porto, pode ter invertido a tendência negativa que vinha mantendo, no embate com o Braga, em que foi capaz do pior e do melhor.

A uma primeira parte decepcionante, acabaria por se suceder um segundo tempo de grande nível, a deixar perceber que também compete ao treinador participar activamente nessa transformação.

Para Benfica e Porto há agora, a meio da semana, para clarificar, outros testes em jogos da Liga dos Campeões, enquanto o Sporting vai permanecer à espera do Belenenses, para um derby em Alvalade que promete fazer rugir o leão com grande estrondo.