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Ribeiro Cristóvão

Incontinência verbal

04 dez, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Agora, e como se não bastasse, também o Presidente da UEFA sentiu necessidade de fazer um esforço no sentido de que a peça se mantenha em cena.

Incontinência verbal

Alguns dirigentes do futebol mundial de há muito nos habituaram a momentos em que melhor teria sido respeitarem uma certa reserva relativamente a questões que envolvem algum melindre quando estão em debate na praça pública.

Joseph Blatter havia sido o último e mais indesejado protagonista de uma peça que ele próprio produziu, realizou e apresentou. A figura central da farsa montada pelo Presidente da FIFA foi o jogador português Cristiano Ronaldo, e o argumento tratava de estabelecer uma comparação com Lionel Messi para, a partir daí, sugerir qual deles é actualmente o melhor jogador do mundo.

Não vale a pena respigar o que foi dito e escrito em todo o lado sobre essa lamentável caricatura que reforçou, em relação a Blatter, a falta de credibilidade que lhe é reconhecida em quase todos os quadrantes.

O próprio “final feliz” que tentou engendrar, apenas serviu para confirmar que se trata de um dirigente mundial claramente fora do prazo de validade.

Agora, e como se não bastasse, também o Presidente da UEFA sentiu necessidade de fazer um esforço no sentido de que a peça se mantenha em cena.

Michel Platini, que já nos habituou a tomadas de posição tendentes a descredibilizar o futebol português e alguns dos seus agentes, acaba de lançar farpas aos responsáveis da FIFA acusando-os de prorrogar o prazo para a eleição do melhor jogador do mundo apenas com o propósito de agradar a Cristiano Ronaldo.

Há silêncios de oiro que ficam bem sobretudo a dirigentes com responsabilidades, como é o caso do antigo jogador da selecção francesa.

Mas, Platini, para tentar dar uma mãozinha ao seu compatriota Ribéry, também interessado na votação final, entendeu que tinha uma palavra a dizer.

É pena. Porque há outras coisas bem mais importantes com as quais o Presidente da UEFA deveria preocupar-se.