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Ribeiro Cristóvão

O vento mudou

02 dez, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Os testes perante os quais foram colocados os três grandes no fim-de-semana tiveram respostas diferentes de todos eles, acarretando consequências a curto prazo com que nem todos contavam nas suas agendas.

Mas foi aos portistas que coube o quinhão mais desagradável, ao perder a invencibilidade que mantinha no campeonato há 53 jogos, num desafio que pode ter deixado marcas muito impressivas para o resto do campeonato. O futuro o dirá.

Mesmo reconhecendo o mau momento que a equipa campeã nacional está a atravessar, não era previsível que o “desastre” de Coimbra viesse a ter tamanha amplitude.

Perder nas circunstâncias que se conhecem, não pode deixar de abrir espaço a uma reflexão séria e aprofundada, como há muitos anos não acontece no reino do Dragão.

Frente à Académica, os portistas voltaram a deixar bem à vista uma tão gritante quanto estranha falta de atitude e ambição, que está longe de ser a imagem de marca de uma equipa campeã anos sem conta, mas que a continuar assim se arrisca a perder a hegemonia de que tem desfrutado no panorama nacional. 

Ao ceder o comando da classificação, e com novas dificuldades a caminho por via do próximo jogo contra o Sporting de Braga, o Porto encontra-se agora perante a necessidade de lançar mão de grandes decisões, caso a situação não se inverta nos compromissos que estão a bater-lhe à porta.

O Benfica, sem que tenha conseguido ir além de uma repetida vulgaridade, saiu de Vila do Conde com a missão cumprida, mas ainda muito distante daquilo que se exige a uma equipa servida por jogadores de elevada craveira. 

Subiu um lugar, estando agora com os mesmos pontos do comandante, mas permanece a dúvida sobre se das bandas da Luz não deveriam estar já a soprar melhores ventos.

De vento em popa vai o Sporting. Sem se fazerem anunciar com grande estrondo, os leões estão a cumprir um percurso de apreciável regularidade, para assim tentarem chegar a um Natal diferente dos anteriores.

Ou seja, sem a carga negativa que lançou sobre o clube um anátema que se vinha mantendo há vários anos.