Tempo
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Ribeiro Cristóvão

Bola há só uma

19 nov, 2013

Completam-se amanhã 39 anos sobre a data em que Portugal realizou um dos seus mais épicos jogos da era moderna.

O estádio de Wembley acolhia então a selecção lusa liderada por José Maria Pedroto para um desafio que parecia perdido à partida, tal era a diferença que nesse tempo se apregoava entre o futebol dos dois países.

Do lado português havia vontade de contrariar a anunciada supremacia britânica, sem deixar de reconhecer que havia um aspecto em que éramos claramente inferiores e que poderia vir a ter influência decisiva no resultado final.

Octávio Machado, João Alves, Vítor Martins, Artur Correia, entre outros, não eram portadores de uma grande estatura, problema no entanto superado pela grande determinação em atirar por terra o orgulho dos representantes de Sua Majestade.

Quem ainda se lembra desse jogo ou apenas pode recorrer a uma consulta às estatísticas, sabe que o resultado final se cifrou num empate sem golos, e com a selecção nacional a abandonar o mítico estádio londrino sob o forte e prolongado aplauso do público inglês, num gesto de reconhecimento do mérito do onze das quinas.

Soube-se depois que, para além da estratégia definida por Pedroto para esse desafio e que veio a proporcionar excelente resultado, o seleccionador português terá dito aos seus jogadores, entre outras coisas que, como iria haver apenas uma bola em campo, e se tivessem capacidade para a guardarem mais tempo em seu poder, os super-atletas ingleses ficariam sem bola para jogar.

E assim aconteceu: o futebol-filigrana da selecção nacional roubou a posse de bola aos adversários, e assim foi possível alcançar um resultado de todo imprevisível.

Os tempos mudaram, mas a filosofia perdura.
E assim, se os comandados de Paulo Bento forem capazes de roubar a bola do jogo aos seus adversários suecos, vai ser possível repetir o sucesso de sexta-feira.
Para aí chegar, é necessário muita concentração e uma aplicação sem limites.