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Ribeiro Cristóvão

Estranha lentidão

12 nov, 2013

Tantas têm sido as situações em que alguns processos muito mediáticos levam anos a fazer o seu percurso. Mas também há, pelo meio, casos estranhos que permitem levantar as mais justificadas interrogações, pelo contraste que deixam à vista relativamente a outras situações de não menor relevância.

Estranha lentidão

Não são de agora as críticas que amiúde se ouvem por esse país fora atinentes à lentidão com que tantas vezes se processa a justiça em Portugal.

Com frequência, a imprensa costuma encher muitas vezes páginas e páginas dando conta de casos que levam anos a dirimir e que, quando atingem o seu termo, já pouca influência exercem na maioria dos seus intervenientes.

Infelizmente, o panorama não é diferente daquele que ocorre no âmbito da justiça desportiva, tantas têm sido as situações em que alguns processos muito mediáticos levam anos a fazer o seu percurso, para chegar ao fim com um impacto deveras diminuto.

Mas também há, pelo meio, casos estranhos que permitem levantar as mais justificadas interrogações, pelo contraste que deixam à vista relativamente a outras situações de não menor relevância.

Douglas, guarda-redes do Vitória de Guimarães, teve recentemente, em Barcelos, um momento de descontrole emocional que o levou a agredir um adversário sem que no entanto o árbitro disso se tenha apercebido, sendo assim poupado à expulsão e à marcação de uma grande penalidade de que beneficiaria o Gil Vicente.

Não escapou porém à Comissão de Inquéritos da Liga de Clubes que lhe instaurou um processo sumário, por força do qual foi suspenso por um jogo.

O desafio terminara no domingo à noite e pela manhã de segunda-feira já se encontrava na sede da Federação devidamente instruído, para apreciação e julgamento.

Dada a morosidade instalada naquele organismo, estranhou-se a rapidez com que decorreu o processo.

No entanto, louva-se a rapidez, que deveria ser regra e não simplesmente excepção. Porque a Comissão que actuou com toda esta celeridade é exactamente a mesma que tem em mãos o processo que não ata nem desata, relacionado com o comportamento do treinador Jorge Jesus, vai para dois meses, no estádio do Fundador.

Agora que o treinador do Benfica voltou a ser protagonista de cenas reprováveis no fim do jogo da Taça de Portugal, talvez passe a haver razão para acabar de vez com a estranha lentidão de que Jorge Jesus tem beneficiado.