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Ribeiro Cristóvão

Noite de estrelas

11 nov, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Nem a escolha de um juiz de recurso ou o descalabro de algumas das suas decisões, chegaram para ensombrar o clássico que ajudou a trazer à tona algum do prestígio perdido do futebol português.

Noite de estrelas

O melhor espectáculo do ano, a que milhões de portugueses puderam assistir no último sábado emanou dessa competição mágica, nem sempre muito bem tratada, que dá pelo nome de Taça de Portugal, a mais democrática de todo o calendário nacional.

Nesta altura pouco restará para dizer sobre um jogo acerca do qual já correram os mais variados títulos, e em relação ao qual já foram cantados todos os justos hossanas.

Fica, por isso, para a história este Benfica-Sporting, exaltado por todos os críticos, até mesmo aqueles que muitas vezes, ao escreverem sobre futebol o fazem deixando cair algum ácido da ponta da caneta, para assim tentarem diminuir a indiscutível importância que já conquistou no seio das sociedades.

Estivemos, de facto, perante um desafio capaz de desencadear as maiores emoções. E a incerteza que pairou quase até final sobre o seu desfecho, deu até azo a que após o derradeio apito do árbitro uma grande parte de quantos seguiram o jogo tivessem sido mais lestos a louvar-lhe a qualidade do que propriamente a discutir o resultado final e a justiça da sua atribuição.

Para termos estado perante uma noite perfeita, apenas faltou uma arbitragem a condizer. Mas, nem a escolha de um juiz de recurso ou o descalabro de algumas das suas decisões, chegaram para ensombrar o clássico que ajudou a trazer à tona algum do prestígio perdido do futebol português.

Para além de tudo isto, a Taça de Portugal segue o seu caminho, agora já sem a participação de um dos seus grandes pretendentes e, como quase sempre, com uma curiosa mistura de príncipes e de plebeus, todos à espera de poderem chegar ao grande banquete do Jamor que, ano após ano, por alturas de Maio, veste as suas melhores galas para assim assistir à festa final da temporada.

Sem deslumbrar, como aliás tem sido seu hábito nos últimos tempos, o Futebol Clube do Porto também entrou ontem no cada vez mais restrito pelotão.

Faltando ainda alguns jogos para acertar todas as contas, Braga, Gil Vicente, Penafiel, Arouca, Atlético, Académica, Marítimo, Rio Ave, Estoril, Vitória de Setúbal, Porto e Benfica confirmam a selectividade para que começa a marcar a competição.

O que não significa que algumas surpresas não possam estar ainda a caminho, na boa tradição da Taça de Portugal.