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Ribeiro Cristóvão

Viva a Taça

18 out, 2013 • Ribeiro Cristóvão

David tem bastas vezes fulminado alguns Golias que muitas vezes, mais distraídos e confiantes, teimam em não se apresentar em fato de trabalho perante operários com vontade de os derrubar.

Viva a Taça

A festa da Taça vai espalhar-se neste fim-de-semana um pouco por todo o país, mas alguns pólos há onde se concentra maior interesse.

Cinfães, no distrito de Viseu, e Gafete, nas proximidades de Portalegre, recebem equipas de grande envergadura mais favoritas para prosseguir a caminhada, enquanto os outros grandes esperam, nos seus estádios uma jornada de maior tranquilidade.

Uma eliminatória da Taça de Portugal nunca foge à regra, sobretudo se fizer parte da primeira folha do calendário, isto é, quando é ainda possível encontrar tomba-gigantes nos escalões que estão muito longe de aspirar à condição de profissionais.

A Taça é, por isso, a mais democrática de todas as competições do futebol português.

Não há potes suplementares, não há bolas quentes e frias que possam viciar o resultado de qualquer sorteio, os grandes são iguais aos pequenos e vice-versa, e todos têm direito a dar o primeiro pontapé na bola.

Depois segue-se o sortilégio do jogo, que não raras vezes têm proporcionado surpresas dignas de ficar na história.

David tem bastas vezes fulminado alguns Golias que muitas vezes, mais distraídos e confiantes, teimam em não se apresentar em fato de trabalho perante operários com vontade de os derrubar.

Por alguma razão é frequente ouvir os treinadores dos mais fortes lançar avisos aos seus jogadores, contendo ameaças veladas de verem na bancada o jogo que se segue se na Taça não houver o empenho que se exige a um profissional digno desse nome.

Cinfães e Gafete, em festa, recebem o Benfica e o Sporting de Braga, enquanto o Porto e o Sporting não saem dos seus ninhos neste tempo tempestuoso de quase Inverno.

Mas há ainda uma boa mão cheia de outros jogos que as televisões, as rádios e os jornais não deixarão de visitar para gáudio daqueles dirigentes e adeptos mais anónimos que, por norma, apenas são falados uma vez na vida.

Por tudo isto, viva a Taça.