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Ribeiro Cristóvão

Sem retorno

16 out, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Chegámos, pois, a uma situação indesejável e que não se previa de todo há cerca de dois anos. Apenas termos de lamentar as nossas próprias insuficiências por não termos sido capazes de garantir o primeiro lugar do grupo de que fizemos parte, dada a inaceitável cedência de nove pontos, seis dos quais frente a Israel e à Irlanda do Norte.

Sem retorno

Agora é fácil dizer que se a selecção portuguesa não tivesse empatado o jogo com Israel, mercê de um erro pueril do guarda-redes Rui Patrício, tudo poderia ser diferente, mas esquecendo-se de acrescentar que a atitude dos russos, caso tivessem necessidade de ganhar frente ao Azerbaijão, também seria inevitavelmente mais competitiva.

Também não adiantam os lamentos sobre o falhanço português de chegar, frente ao Luxemburgo, à goleada que esteve à vista por diversas vezes e só não foi conseguida por manifesta falta de perícia de alguns dos nossos jogadores, porque um resultado mais dilatado no desafio de Coimbra acabaria por não influenciar a classificação final.

Não significa isto que ambos os reparos são injustificados.  Pelo contrário, eles ficam como alerta para necessidades futuras de maior concentração, quando Portugal voltar a estar na fronteira entre o apuramento e a eliminação, facto que, não é difícil imaginar, ainda vai acontecer mais vezes.

Importa agora, sim, olhar para o play-off que se segue, e aguardar o sorteio da próxima segunda-feira, no qual vamos ser confrontados com quatro possibilidades.

As de podermos vir a ter pela frente selecções mais débeis, como as da Islândia ou Roménia, ou então deitarmo-nos a adivinhar sobre aquilo em que poderá tornar-se o nosso futuro imediato, se nos calhar em sorte a Suécia ou esse Rubicão difícil de atingir, que dá pelo nome de França.

Chegámos, pois, a uma situação indesejável e que não se previa de todo há cerca de dois anos. Apenas temos de lamentar as nossas próprias insuficiências por não termos sido capazes de garantir o primeiro lugar do grupo de que fizemos parte, dada a inaceitável cedência de nove pontos, seis dos quais frente a Israel e à Irlanda do Norte.

Paulo Bento deixou entender ontem em Coimbra que quando terminar o play-off vai puxar a culatra atrás e disparar em várias direcções.

A mais de um mês de distância, talvez não valha a pena começar já a treinar a pontaria. Há outras coisas bem mais importantes com que o seleccionador deve preocupar-se.