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Ribeiro Cristóvão

Serviços mínimos

15 out, 2013 • Ribeiro Cristóvão

Não é descabido afirmar que o Brasil continua muito longe. Chegar ao outro lado do Atlântico no próximo ano, apresenta-se como uma tarefa quase tão gigantesca como foi a de Pedro Álvares Cabral, há mais de quinhentos anos.

Serviços mínimos

Serviços mínimos, é a expressão que melhor se ajusta à produção conseguida pela selecção nacional no jogo desta noite, no estádio municipal de Coimbra.

A primeira parte do desafio com o Luxemburgo ainda chegou a atingir momentos agradáveis, mas nos restantes quarenta e cinco minutos vários dos nossos jogadores voltaram a ser mordidos pela mosca tsé-tsé.

Ganhar ao Luxemburgo era o mínimo que poderia exigir-se, acrescentando a essa formulação o dever de o resultado final chegar a números expressivos.

Reduzido a dez unidades por volta da meia hora de jogo, o adversário ficou à mercê de uma equipa que até aí ainda não tinha encontrado o caminho da baliza.

E, a partir de então, tudo ficou mais facilitado: marcou Varela, seguiu-se-lhe Nani e, já no segundo tempo, Hélder Postiga fechou a conta.

Depois disso, a selecção portuguesa fechou também a loja, e nem as substituições levadas a cabo por Paulo Bento trouxeram qualquer novidade.

O objectivo mínimo está assim alcançado. Mas, na altura de fazer as contas finais, fica a sensação de que tudo poderia ter sido diferente, para bem melhor, ao cabo de dez jogos disputados.

Algumas péssimas exibições, e três empates inconcebíveis frente a Israel e Irlanda do Norte, abrem espaço para muitas dúvidas quanto ao que vai seguir-se no futuro imediato.

E a verdade é que não devemos contar apenas com a possibilidade de Cristiano Ronaldo estar ao seu melhor nível nos dois jogos decisivos que temos pela frente, pedindo-lhe que tudo resolva.

Por isso, não é descabido afirmar que o Brasil continua muito longe. Chegar ao outro lado do Atlântico no próximo ano, apresenta-se como uma tarefa quase tão gigantesca como foi a de Pedro Álvares Cabral, há mais de quinhentos anos.