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Francisco Sarsfield Cabral

Qualificações no Estado

15 fev, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

A actividade económica está a mudar em Portugal. De muita mão-de-obra de salários baixos e limitada qualificação, estamos a passar para empregos mais qualificados. Mas não no Estado, onde se paga melhor do que no sector privado aos trabalhadores com baixas qualificações e pior aos mais qualificados.

O desemprego continua a aumentar em Portugal. Era previsível: o PIB baixou 3,2% em 2012. E este ano ainda não se vislumbra a viragem. Aliás, mesmo que não tivéssemos sofrido a austeridade imposta pela “troika”, o desemprego também subiria entre nós, embora certamente menos.

É que a actividade económica em Portugal está a mudar. De empresas com muita mão-de-obra de salários baixos e limitada qualificação, estamos a passar para empregos mais qualificados.

Por isso, o desemprego atinge, sobretudo, pessoas com menos de nove anos de escolaridade.

Ora, o que está a passar-se no Estado não é exactamente isso. A função pública paga melhor do que o sector privado aos trabalhadores com baixas qualificações. Ao invés, paga pior aos mais qualificados. Resultado: cada vez cai mais o nível médio de escolaridade na Administração Pública.

Do que precisamos é de um Estado mais magro, com menos funcionários, mas altamente qualificados. Mas, até que isso possa concretizar-se, ainda vai passar muito tempo.

Agora, a prioridade a que não podemos fugir é a redução do défice das contas públicas.