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Francisco Sarsfield Cabral

Europa barata

11 fev, 2013

Comentando os resultados do último Conselho Europeu, que deliberou sobre o orçamento comunitário para o período 2014-2020, disse Passos Coelho: “Portugal perdeu menos do que os outros”.

É verdade. Mas também é claro que a integração europeia perdeu com a redução, a primeira da história da UE, de um orçamento que não chega a 1% do PIB dos 27 Estados membros. Nada que não fosse previsível, dada a posição do Reino Unido, da Alemanha, da Holanda, da Suécia, da Dinamarca, etc.

Estes países querem reduzir pagamentos para a UE, porque as suas opiniões públicas estão cada vez menos interessadas no projecto europeu. Mesmo quando a crise do euro aconselharia medidas de relançamento económico na Europa.

Aliás, o crescente eurocepticismo na UE não é compatível com a maior integração (orçamental, bancária, económica, etc.) que todos dizem ser indispensável para superar, e não apenas adiar, a crise do euro.

Entretanto, o Parlamento Europeu está contra a “Europa barata” e diz-se disposto a chumbar o acordo do Conselho Europeu. Teremos longos meses de negociação pela frente.