Continua por aparecer uma alternativa séria da esquerda democrática. A retórica não chega.
Em Cascais, a Internacional Socialista criticou a austeridade. Mas, dos 27 países da União Europeia, só quatro têm governos socialistas.
É estranho, porque o mundo sofre, desde 2007, a maior crise do capitalismo desde a Grande Depressão dos anos 30 do século XX.
Há oitenta anos, havia uma alternativa, que lucrou politicamente com a depressão – o comunismo. Mas este era totalitário e desprestigiava a esquerda civilizada.
Por isso, o colapso do comunismo deu esperanças ao socialismo democrático. Esperanças depois frustradas.
O professor João César das Neves, na sua coluna no “Diário de Notícias”, lembrou que Paul Krugman, um keynesiano de esquerda, veio há um ano a Lisboa. Mas desiludiu os críticos locais do actual Governo e da “troika” quando afirmou: “Detesto dizê-lo, mas não faria muito diferente do Governo português”.
Disse ainda, recordo eu, que os salários em Portugal teriam de baixar.
Ou compare-se o que dizia Hollande antes de ser Presidente de França e o que faz agora. Uma alternativa séria da esquerda democrática continua por aparecer. A retórica da Internacional Socialista não chega.