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Francisco Sarsfield Cabral

A alternativa socialista

07 fev, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Continua por aparecer uma alternativa séria da esquerda democrática. A retórica não chega.

Em Cascais, a Internacional Socialista criticou a austeridade. Mas, dos 27 países da União Europeia, só quatro têm governos socialistas.

É estranho, porque o mundo sofre, desde 2007, a maior crise do capitalismo desde a Grande Depressão dos anos 30 do século XX.

Há oitenta anos, havia uma alternativa, que lucrou politicamente com a depressão – o comunismo. Mas este era totalitário e desprestigiava a esquerda civilizada.

Por isso, o colapso do comunismo deu esperanças ao socialismo democrático. Esperanças depois frustradas.

O professor João César das Neves, na sua coluna no “Diário de Notícias”, lembrou que Paul Krugman, um keynesiano de esquerda, veio há um ano a Lisboa. Mas desiludiu os críticos locais do actual Governo e da “troika” quando afirmou: “Detesto dizê-lo, mas não faria muito diferente do Governo português”.

Disse ainda, recordo eu, que os salários em Portugal teriam de baixar.

Ou compare-se o que dizia Hollande antes de ser Presidente de França e o que faz agora. Uma alternativa séria da esquerda democrática continua por aparecer. A retórica da Internacional Socialista não chega.