Decorrem as negociações e, apesar de nada ser garantido, o caminho promete.
Os curdos são um grande povo que não tem um Estado próprio. Espalham-se por vários países, sobretudo Turquia, Irão, Iraque e Síria.
O maior número, cerca de 14 milhões, vive na Turquia. O partido curdo nesse país, o PKK (organização classificada de terrorista pela Turquia e pela União Europeia), alimenta há anos uma guerrilha sangrenta com o Governo turco. Sangrenta também da parte das autoridades de Ankara e dos militares, apesar de o primeiro-ministro Erdogan ser muçulmano.
Mas, desde Dezembro, decorrem conversações entre o Governo turco e o líder dos separatistas curdos, actualmente na prisão. As negociações parecem estender-se agora aos serviços secretos turcos, de um lado, e a outros dirigentes do PKK, do outro.
Pretende-se acabar com a luta armada, o que poderia começar por um cessar-fogo declarado pelos separatistas.
Ainda é cedo para saber se estas conversações levam à paz na Turquia. Mas já é positivo que um recente atentado em Paris, que matou três activistas curdas, não tenha feito abortar as negociações – decerto o objectivo do atentado.