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Francisco Sarsfield Cabral

Evitar a espiral recessiva

29 jan, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Reduzir o défice das contas do Estado é por natureza recessivo. Mas a economia terá de regressar ao crescimento. Quando, é a incógnita.

Evitar a espiral recessiva
A receita fiscal cobrada em 2012 ficou 9% abaixo do previsto no Orçamento aprovado em Novembro de 2011. A quebra no IVA excedeu os 13%. Estas falhas reforçam a probabilidade de se concretizar a tão falada espiral recessiva: o ciclo vicioso austeridade, recessão, quebra da receita fiscal, mais austeridade, mais recessão, etc. E este ano a austeridade será mais severa...

Mas ainda não é certo que Portugal caia numa espiral recessiva. Nem é verdade que as últimas previsões do Banco de Portugal apontem nesse sentido. Apenas esperam para este ano uma queda do PIB (1,9%) maior do que a previsão do Governo (1%), mas menor do que a queda em 2012 (3%). E o BP prevê para 2014 uma recuperação, embora com alto grau de incerteza.

Reduzir o défice das contas do Estado é por natureza recessivo. Mas a economia terá de regressar ao crescimento. Quando, é a incógnita. Dependerá sobretudo do que se passar na Zona Euro. Se a Alemanha estimular a sua economia, agora estagnada, as nossas perspectivas irão melhorar. Merkel diz que o seu Governo já o está a fazer. Vamos a ver se chega.