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Francisco Sarsfield Cabral

Exilados fiscais

20 dez, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral

Há anos que os mais ricos fogem de França. Colocam o seu dinheiro noutros países de fiscalidade mais moderada. Não será ético, mas é o que costuma acontecer quando se sobem muito os impostos num só país.  

Exilados fiscais
Está em curso uma grande polémica em França, porque o célebre actor Gérard Dépardieu resolveu transferir para a Bélgica o seu domicílio fiscal. Mais: ameaçou devolver o passaporte e pedir a nacionalização belga, abandonando a francesa.

O gesto de Dépardieu é motivado pelos altos impostos anunciados pelo novo Governo francês, de François Hollande. Aumentam os impostos sobre o património (há um chamado imposto de solidariedade sobre grandes fortunas) e quem tiver rendimentos anuais superiores a um milhão de euros pagará uma taxa, a partir daí, de 75%.

Há anos que fogem de França os mais ricos. Colocam o seu dinheiro, sobretudo, na Suíça, na Bélgica e na Grã-Bretanha, países de fiscalidade mais moderada.

Por ano, têm-se registado entre 700 a 800 “exilados fiscais” em França. Com o recente agravamento dos impostos e com a hostilidade manifestada por vários ministros franceses aos empresários e aos banqueiros, é certo que essa emigração se acentuará.

Não será bonito do ponto de vista ético, mas é o que geralmente acontece quando se sobem muito os impostos num só país.