Emissão Renascença | Ouvir Online

Francisco Sarsfield Cabral

O Papa e a economia

18 dez, 2012

“As ideologias do liberalismo radical e da tecnocracia insinuam (…) a convicção de que o crescimento económico se deve conseguir mesmo à custa da erosão da função social do Estado" disse Bento XVI na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz. Curiosamente, ontem, o Financial Times apelava a uma nova cultura nas instituições financeiras.

O Papa e a economia
“Causam apreensão os focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e individualista que se exprime inclusivamente num capitalismo financeiro desregrado”.

“As ideologias do liberalismo radical e da tecnocracia insinuam (…) a convicção de que o crescimento económico se deve conseguir mesmo à custa da erosão da função social do Estado e das redes de solidariedade da sociedade civil”. “O trabalho e o justo reconhecimento do estatuto jurídico dos trabalhadores não são adequadamente valorizados”.

Estas afirmações não são de um político de esquerda. Encontram-se na Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz. Aí se lê, também, ser “necessário um novo modelo de desenvolvimento e uma nova visão da economia” – apelo que já constava da encíclica Caridade na Verdade, mas que ainda não teve resposta adequada por parte dos estudiosos católicos.

Curiosamente, ontem, face à actual sucessão de escândalos bancários e multas pesadas, o Financial Times apelava a uma nova cultura nas instituições financeiras.