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Ribeiro Cristóvão

Tira teimas

10 dez, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Já ficaram para trás seis dos jogos que integram a jornada que ainda decorre, mas é sobretudo sobre o Sporting-Benfica de logo à noite que incidem os holofotes dando-lhe honras de grande destaque pelas mais variadas razões.

Tira teimas

É verdade que já ficaram para trás seis dos jogos que integram a jornada que ainda decorre, mas é sobretudo sobre o Sporting-Benfica de logo à noite que incidem os holofotes dando-lhe honras de grande destaque pelas mais variadas razões.

O FC Porto, como lhe competia, já colocou sobre o Benfica pressão que baste para que não deixe surpreender-se em Alvalade, embora a qualidade do seu jogo tenha deixado muito a desejar.

Ganhar ao Moreirense por um golo solitário é um proveito escasso para uma equipa de outra maior dimensão que não raras vezes, em especial nos últimos tempos, tem causado grande perturbação entre os seus apaniguados.

Também foi possível constatar, mais uma vez, a dificuldade que algumas equipas portuguesas revelam em abordar desafios domésticos após exigentes participações em competições europeias. Um caso de estudo que ainda ninguém se dispôs a abordar, mas que um destes dias há-de merecer seguramente aprofundada reflexão se para tanto houver conhecimento e coragem.

Ganharam os portistas, cabendo agora ao Benfica correr atrás do prejuízo.  E, por sinal, através de um jogo muito debatido nas últimas horas nem sempre por razões ligadas ao futebol que se desenrola dentro das quatro linhas.

Em primeiro lugar, pela confusão gerada pelos leões, que deixaram à vista um claro amadorismo em sucessivas posições adoptadas face a um presumível adiamento que, já aqui o dissemos há muito, os regulamentos não admitiam como possível, a não ser com a concordância dos dois clubes envolvidos.

Depois, afirmar uma coisa e o seu contrário no espaço de poucas horas, revela total desnorte em que parece ter mergulhado uma estrutura o que pouco contribui para que o seu turbulento futebol comece a navegar em águas mais calmas.

Quanto ao jogo em si, há, para já, uma lamentável constatação: se se confirmarem os "onzes" que têm sido anunciados, apenas um jogador português, o guarda-redes Rui Patrício, pisará de início o relvado de Alvalade.

A por vezes tão badalada escola de formação portuguesa é assim de novo colocada em xeque sem que pareça haver gente responsável preocupada com isso, o que é pena.

Longe vão os tempos em que um derby desta dimensão permitia contar pelos dedos de uma só mão os jogadores estrangeiros chamados a funções e, mesmo assim, porque a todos eles era reconhecida inegável qualidade.

Um Sporting-Benfica, como o de hoje, causava sensações incomparáveis, apelava mais ao sentimento de todos, e até o clubismo, de um lado e de outro, era sentido de forma diferente.