Há anos, que muitos advogados portugueses desaconselham os clientes a irem para tribunal, embora tendo fortes probabilidades de aí obterem uma decisão favorável – mas tão tardia, que deixa de interessar. A situação afecta os direitos fundamentais das pessoas e o interesse geral do país. É tempo de dizer basta.
Mais uma vez, Portugal foi condenado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem pela lentidão da justiça. Desta vez, foram três condenações.
Todos sabemos que a justiça portuguesa é muito lenta. Ora, um sistema judicial que não assegura tratar os processos em tempo razoável viola a Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Sentenças que levam dez anos ou mais a surgir não são justiça.
Por isso, desde há anos, em Portugal, muitos advogados aconselham os seus clientes a não irem para tribunal, embora tendo fortes probabilidades de aí obterem uma decisão favorável – mas tão tardia que deixa de interessar.
Esta situação não apenas afasta os investidores estrangeiros e entrava a economia. Mais grave, afecta os direitos fundamentais das pessoas.
Está agora, finalmente, a ser feito um esforço para mudar as coisas. A ministra da Justiça enfrenta as corporações que têm mandado no sistema judicial – corporações de juízes, de magistrados do Ministério Público, de advogados, etc.
Os interesses sectoriais têm-se sobreposto ao interesse geral do país. É tempo de dizer basta.