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Francisco Sarsfield Cabral

Justiça lenta

06 dez, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral

Há anos, que muitos advogados portugueses desaconselham os clientes a irem para tribunal, embora tendo fortes probabilidades de aí obterem uma decisão favorável – mas tão tardia, que deixa de interessar. A situação afecta os direitos fundamentais das pessoas e o interesse geral do país. É tempo de dizer basta.

Justiça lenta
Mais uma vez, Portugal foi condenado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem pela lentidão da justiça. Desta vez, foram três condenações.

Todos sabemos que a justiça portuguesa é muito lenta. Ora, um sistema judicial que não assegura tratar os processos em tempo razoável viola a Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Sentenças que levam dez anos ou mais a surgir não são justiça.

Por isso, desde há anos, em Portugal, muitos advogados aconselham os seus clientes a não irem para tribunal, embora tendo fortes probabilidades de aí obterem uma decisão favorável – mas tão tardia que deixa de interessar.

Esta situação não apenas afasta os investidores estrangeiros e entrava a economia. Mais grave, afecta os direitos fundamentais das pessoas.

Está agora, finalmente, a ser feito um esforço para mudar as coisas. A ministra da Justiça enfrenta as corporações que têm mandado no sistema judicial – corporações de juízes, de magistrados do Ministério Público, de advogados, etc.

Os interesses sectoriais têm-se sobreposto ao interesse geral do país. É tempo de dizer basta.