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Ribeiro Cristóvão

De braços caídos

27 nov, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Jogadores de muito discutível qualidade, de braços caídos, e parecendo sempre impotentes para darem a volta às situações mais delicadas, têm feito cair no ridículo a maioria das exibições do Sporting.

De braços caídos

O Sporting confirmou ontem em Moreira de Cónegos que há muito tempo deixou de fazer parte da história deste campeonato, a não ser pela negativa. Frente ao lanterna vermelha da classificação, os leões não conseguiram melhor do que um empate arrancado a ferros no espaço de um minuto.

Mas, apesar dos dois golos obtidos, os leões continuam a ter o segundo pior ataque entre 16 competidores. A 15 pontos do duo da dianteira, a seis do Sporting de Braga e a apenas quatro pontos do espectro da descida de divisão, com o Benfica em Alvalade e o Nacional da Madeira no Funchal na mira para os compromissos que se seguem, o panorama é aterrador.

É este o pequeno e lamentável balanço que pode fazer-se numa altura em que apenas foi atingido o primeiro terço do campeonato. A época tem-se revelado um verdadeiro desastre, marcada por exibições desconexas, com jogadores actuando como autênticas baratas tontas, a maioria dos quais deixam em campo a noção de que nem sequer sabem qual é o seu verdadeiro papel.

A primeira parte do jogo, em Alvalade, com o Sporting de Braga, constituiu somente uma excepção. Mas nem aí se encontram motivos suficientes para descortinar a possibilidade de vir a encontrar-se uma verdadeira equipa.

Jogadores de muito discutível qualidade, de braços caídos, e parecendo sempre impotentes para darem a volta às situações mais delicadas, têm feito cair no ridículo a maioria das suas exibições e, à volta de alguns deles, as inaceitáveis notícias de que há potências do futebol europeu interessadas nos seus serviços.

Como se fosse possível haver tanta falta de cuidado ou capacidade de análise para além da nossa fronteira. Possível foi, sem que se saiba bem porquê a contratação, no curto espaço de dois anos, de 25 jogadores, a maioria dos quais sem categoria para vestir uma camisola com tanto peso.

Numa altura em que no Sporting tudo está a ser posto em causa, em especial a permanência dos actuais dirigentes nos seus cargos, talvez seja tempo de voltar ao baú das recordações para julgar os verdadeiros responsáveis por esses descalabros contratuais em lugar de lhes estarem a ser pagas chorudas indemnizações.