O que fará Obama depende menos dele do que do Partido Republicano.
Com o Congresso praticamente igual ao que era desde 2010, os republicanos podem continuar a bloquear as medidas do Presidente. Contra o que acontecia ainda há pouco, é hoje profunda a divisão ideológica entre os dois grandes partidos americanos – sobretudo porque boa parte dos republicanos adoptou posições radicais, sob influência do “Tea Party”.
Essa facção radical não quer consensos com o Partido Democrático, recusando concessões em matéria fiscal nomeadamente. Esta intransigência não acontecia ainda no passado recente, quando era possível aos presidentes – Eisenhower, L. Johnson, Bush pai, Clinton, etc. - conduzirem políticas bi-partidárias (como há quatro anos pretendia Obama, em vão).
Os republicanos intransigentes podem agora acusar Romney – um moderado do qual nunca gostaram – de ter falhado a queda de Obama. Haverá uma luta interna no Partido Republicano. Alguns conservadores são favoráveis a entendimentos com o Presidente. Mas não parece que, para já, os moderados reconquistem o partido.