Folga mal gozada

O novo treinador do Sporting iniciou a sua função de modo um pouco inesperado concedendo um dia de folga a todos os jogadores do plantel.

E cada um terá aproveitado da melhor maneira essa concessão do belga Franky Vercauteren para recuperar de alguma fadiga que os últimos jogos têm provocado e, certamente ainda mais importante, do desgaste psiquico que o mau momento da equipa tem inevitavelmente acumulado.

Veremos se o jogo de Setúbal ajudará a confirmar a justeza da medida. Houve, porém, dois jogadores que utilizaram uma parte do tempo disponível para conceder entrevistas.

Num tempo em que a contenção talvez fose mais recomendádel, Schaars e Boulahrouz decidiram sair a terreiro para fazer duras críticas ao trabalho desenvolvido pelo anterior treinador Sá Pinto, acusando-o de falta de firmeza e, ao mesmo tempo, apontando falhas graves aos métodos que utilizou para a preparação da equipa.

Para além da descortesia, soam a ressabiamento os desabafos dos dois jogadores que, por certo, não deixarão de ter resposta do ex-técnico leonino a proporcionar mais um caudal de histórias que neste momento não serão bem-vindas por se tratar de uma altura em que o clube o que mais necessita é de tranquilidade.

É nestas pequenas-grandes coisas que o Sporting também marca alguma diferença, infelizmente pela negativa. Sobretudo porque o que mais fica à vista é a ausência de uma politica de coordenação que poderia evitar incidentes como este.

No Porto ou no vizinho da segunda circular não será fácil depararmo-nos com um cenário como este. Sá Pinto ainda faz parte das memórias mais recentes em Alvalade, pelo que não havia necessidade de começar a atirar-lhe pedras tão cedo.