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Francisco Sarsfield Cabral

Falta solidariedade europeia

02 nov, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral

Discussão do orçamento deve ser ainda mais amarga, com Grã-Bretanha, Suécia, Dinamarca e Holanda a defender um corte. Para Portugal, que precisa de capitais externos, é uma perspectiva sombria.

Falta solidariedade europeia
As contas da UE – o seu orçamento – são discutidas de sete em sete anos. É uma discussão sempre desagradável. Mas, nesta fase de crise na Zona Euro, a negociação dos dinheiros comunitários ainda se tornou mais áspera do que o habitual.

É pouco provável que a cimeira prevista para este mês consiga chegar a um acordo.

Na noite de quarta-feira passada, o primeiro-ministro britânico Cameron sofreu uma humilhação na Câmara dos Comuns. Ele tem defendido o congelamento do orçamento comunitário, mas os trabalhistas e 51 deputados do seu próprio partido aprovaram uma moção no sentido de Cameron defender em Bruxelas uma redução desse orçamento.

Não será o único: países como a Suécia, a Dinamarca e a Holanda já se pronunciaram em favor de cortes substanciais no orçamento da UE. 40% deste orçamento vai para a política agrícola, mas a França garantiu que aí os cortes serão marginais. Ou seja, serão os fundos de Bruxelas os mais atingidos.

Para Portugal, que precisa de capitais externos, é uma perspectiva sombria. E é mais um sinal de que a solidariedade europeia se está a desvanecer.