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Ribeiro Cristóvão

Oficial e cavalheiro

31 out, 2012 • Ribeiro Cristóvão

O treinador do Manchester United, Sir Alex Ferguson, volta a ser, por estes dias, um exemplo vivo do que deve ser a boa conduta de todos quantos decidem fazer do futebol a sua profissão.

Oficial e cavalheiro

O treinador do Manchester United, Sir Alex Ferguson, volta a ser, por estes dias, um exemplo vivo do que deve ser a boa conduta de todos quantos decidem fazer do futebol a sua profissão.

Pautando o seu comportamento ao longo de muitos anos por um enorme rigor, e sem que lhe sejam conhecidos excessos de linguagem tão frequentes em colegas de profissão, talvez por isso tenha sido em tempos elevado à condição de Cavaleiro pela Rainha de Inglaterra.

Todos estes e outros atributos que lhe são reconhecidos, ajudam a perceber a razão porque se mantém há mais de 20 anos à frente de um dos mais prestigiados clubes do mundo, independentemente dos resultados obtidos, nem sempre os melhores, como todos sabemos.

No último fim-de-semana, o clube de Ferguson foi a Londres vencer o Chelsea, num jogo marcado por lances muito discutíveis nem sempre bem julgados pelo árbitro de serviço, e que influenciaram decisivamente o resultado final a favor da equipa forasteira.

O Manchester United acabaria por vencer depois de ter beneficiado da expulsão de dois jogadores adversários e, como se tal não bastasse, com o golo do triunfo alcançado em posição ilegal.

No meio do clamor que se levantou nos dias sequentes ao desafio, voltou a ser a voz serena, lúcida e honesta de Alex Ferguson que mais se fez ouvir: "Fomos beneficiados no 3-2, pois o nosso jogador Chicharito estava em posição ilegal", disse o veterano treinador, sem que tal afirmação, vinda de quem veio, constituísse qualquer surpresa.

Seria bom que o exemplo frutificasse e que a lição fosse aproveitada por todos aqueles que nunca reconhecem os benefícios mas são lestos a criticar os prejuízos.

O futebol pode e deve ser também um desporto de e para cavalheiros.