Marcação cerrada

No dia em que a selecção da Irlanda do Norte promete marcação cerrada a Cristiano Ronaldo e demais companheiros para, deste modo, tentar uma surpresa no estádio do Dragão, outros actores da nossa cena desportiva são também protagonistas de relevo.

Num primeiro plano, temos a detenção do antigo Presidente da União Desportiva de Leiria, João Bartolomeu, às mãos da Polícia Judiciária, por indícios da prática de crimes de burla e falsificação de documentos.

Para os mais atentos, esta operação das autoridades poderá não ter constituído uma grande surpresa. De há muito que o nome deste antigo dirigente era ligado, nos meandros do futebol, a operações que arrastavam consigo algumas dúvidas que agora, em sede de justiça, serão certamente esclarecidas.

Marcação cerrada, é também o que promete Rui Rangel a Luís Filipe Vieira, num pleito eleitoral no Benfica que se antevê muito movimentado e envolto em grande discussão. As primeiras farpas foram já atiradas de e para ambos os lados, deixando adivinhar que o debate vai ser quente e até portador de algumas surpresas. Oxalá não descambe para a grosseria.

Claro que o actual Presidente parte em vantagem beneficiando desse mesmo estatuto, mas a oposição deixou bem clara a promessa de que não lhe permitirá vida fácil.

Aos sócios, como sempre, cabe a última palavra na decisão que vier a ser entendida como aquela que melhor serve os interesses do Benfica.

Um pouco mais à frente, na segunda circular, os dias também não são pacíficos. As dúvidas sobre o futuro treinador, e esse é, neste momento, o tema mais caro para os adeptos do leão, não estão completamente esclarecidas, ainda que o Presidente tenha garantido perante uma vasta plateia que o seu nome está definido há muito tempo.

Esta não é, porém, a única questão em aberto para os lados de Alvalade, onde a manutenção da contestada estrutura dirigente do futebol permanece sem uma resposta clara da parte de quem tem poder de decisão.

Sete árbitros de futebol acabam de se decidir por uma queixa colectiva ao Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol contra o dirigente do Benfica Rui Gomes da Silva. Estes juízes partiram de críticas feitas à actuação de Carlos Xistra no jogo entre a Académica e o Benfica, para levar às instâncias de justiça diligências que possam conduzir à punição do vice-presidente encarnado.

Uma classe que teve a ousadia de, há não muito tempo, ter levado por diante uma greve aos jogos que fosse interveniente o Sporting sem razões consistentes a justificar acto tão extremista, e que se mantém em silêncio perante outras situações bem mais graves, apenas consegue provocar a chacota geral ao empreender uma acção tão descabida. 

Os árbitros voltam assim a colocar-se a jeito para novas arremetidas contra os seus comportamentos em campo e fora dele. Fica apenas por saber quem foi o mentor da ridícula iniciativa.