A grande dúvida

A “enorme subida de impostos”, anunciada por Vítor Gaspar e assim por ele classificada, tem a ver com a substituição da malograda mudança na TSU e também com o facto de, este ano, o défice das contas do Estado ser maior do que o esperado.

Como será compatível este novo aperto fiscal com uma queda do PIB que o ministro prevê de apenas 1% em 2013? Não irá acontecer o mesmo do que este ano, com subida de impostos e baixa da receita fiscal, por causa da recessão? Esta é a grande dúvida.

Dúvida agravada pela incerteza criada quanto ao aumento do IMI. O Governo vai eliminar a actual limitação: o IMI não podia subir mais de 75% até 2014. Agora, ninguém sabe: pode duplicar, triplicar...

Esta incerteza reduzirá ainda mais o consumo de inúmeras famílias já aflitas com o pagamento do empréstimo para compra da sua casa. A incerteza deveria ser eliminada no Parlamento, quando do debate sobre o Orçamento do Estado.

Os impostos serão mais equitativos, porque vão atingir também o capital e tiram mais aos de maiores rendimentos. Mas, globalmente, arriscam-se a destruir a economia.