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Ribeiro Cristóvão

Noção da realidade

02 out, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Ninguém ignora que entre o Benfica e o Barcelona da actualidade existe um fosso quase intransponível, pelo que este não será nunca para os lisboetas o jogo do tudo ou nada.

Noção da realidade

O povo do futebol vai esta terça-feira centrar as suas especiais atenções no jogo que traz ao Estádio da Luz aquela que é, para muitos, a melhor equipa do mundo da actualidade, o Futebol Clube Barcelona. O facto em si é já um acontecimento que relega para plano secundário a outra frente, que se abre na Turquia, onde o Sporting de Braga é chamado a medir forças com o Galatasaray.

Receber Messi e seus pares não deixa constituir um excelente motivo para que o maior estádio português registe uma verdadeira enchente na expectativa de ser possível assistir a um espectáculo de qualidade e, se possível, com uma forte resistência da equipa portuguesa que lhe permita alimentar a esperança de ir longe na Liga dos Campeões e, ainda, quebrar um jejum de 30 anos sem ganhar a equipas espanholas em Lisboa.

Mas, à partida, convém não criar falsas expectativas. Ninguém ignora que entre o Benfica e o Barcelona da actualidade existe um fosso quase intransponível, pelo que este não será nunca para os lisboetas o jogo do tudo ou nada.

Os verdadeiros adversários dos comandados de Jorge Jesus situam-se noutras paragens, chamam-se Celtic de Glasgow e Spartak de Moscovo e é com esses que terão verdadeiramente medir forças, para poderem alcançar os oitavos de final.

É de bom augúrio ouvir da boca do responsável palavras de encorajamento para com os seus jogadores, que não podem entrar derrotados em campo.
As mesmas palavras que os adeptos entendem como uma garantia de que a equipa se vai bater com denodo, e tudo tentar para inverter uma lógica que atribui grande favoritismo aos catalães.

Mas é preciso ter a noção da realidade. E esta coloca-nos, a todos, perante uma equipa quase imbatível contra a qual apenas se espera do Benfica coragem e força suficiente para alcançar um resultado que não belisque o reconhecido e universal prestígio do emblema da águia.