Tempo
|

Francisco Sarsfield Cabral

Cortar na despesa

27 set, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral

Grosso das despesas do Estado é constituído por salários e transferências, como despesas sociais. Mas podia e devia fazer-se mais na reorganização do Estado, permitindo cortes racionais na despesa pública.

Cortar na despesa
Uma vez mais, a política de redução do défice orçamental aponta sobretudo para a subida de impostos. Muita gente pergunta porque não corta mais o Governo na despesa pública.

Importa ter consciência de que o grosso das despesas do Estado é constituído por salários e transferências, como despesas sociais – rubricas que foram e continuarão a ser reduzidas, do que ninguém gosta. Por outro lado, alterar as ruinosas (para o Estado) PPP é legalmente muito difícil, até porque envolve bancos estrangeiros.

E então as célebres “gorduras” do Estado? Os anunciados cortes no financiamento a fundações ficaram aquém do esperado. É pena. Por outro lado, extinguir, por exemplo, empresas municipais nem sempre significa grande poupança, porque muitos dos seus funcionários têm vínculo à função pública.

Mas podia e devia fazer-se mais na reorganização do Estado, permitindo cortes racionais na despesa pública. Só que aí entram as clientelas partidárias, como se vê na quase abortada reforma autárquica.

Todos reclamam cortes na despesa do Estado, mas nunca em áreas que os afectem.