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Francisco Sarsfield Cabral

Aviso americano à Síria

23 ago, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral

Eventual intervenção militar dos EUA deve levar milhares de soldados ao terreno, para evitar que armas químicas e biológicas cheguem às mãos de terroristas.  

Aviso americano à Síria
A pouco mais de dois meses das eleições presidenciais americanas, não interessa ao Presidente Obama envolver o seu país no vespeiro da Síria. No entanto, Obama fez esta semana uma ameaça invulgarmente dura ao regime de Bashar al-Assad.

Avisou que o recurso a armas químicas pelo ditador provocaria “enormes consequências” – isto é, uma intervenção militar dos Estados Unidos.

É possível que Obama tenha assim tentado dissuadir qualquer intervenção armada de Israel na Síria, susceptível de provocar na região efeitos incontroláveis. E também não lhe convém ter perante o eleitorado uma imagem de líder fraco (imagem que o seu opositor Romney tem procurado colar-lhe).

Mas, tendo dito o que disse, Obama não poderá recuar, caso Assad recorra mesmo ao seu arsenal de armas químicas (e também, talvez, de armas biológicas).

Como essas armas estão dispersas por vários locais, não bastarão provavelmente ataques aéreos, sendo necessários milhares de soldados americanos no terreno – até para evitar que grupos terroristas como o Hezbollah ou a Al Qaeda se apoderem desse armamento.